Pesquisar este blog

sexta-feira, 8 de julho de 2016

CALEIDOSCÓPIO - CRUZEIROS MARÍTIMOS

CRUZEIROS MARÍTIMOS
Empresas e operadoras de turismo estão anunciando para o começo de dezembro com final em março a próxima temporada de cruzeiros marítimos em águas brasileiras. Costa Cruzeiros, MSC e  CVC ofertam diversos roteiros, com saídas e chegadas utilizando os portos de Santos, Rio de Janeiro, Salvador e Recife. As ofertas se repetem todos os anos, pois a resposta sempre é das mais positivas. O fato nos remete a refletir sobre a questão da cabotagem e dos cruzeiros marítimos no País. Por que no Brasil não se utiliza com mais frequência o mar como via de transporte? Outrora, antes da política do “governar era abrir estradas”, as capitais da nossa grande faixa costeira recebiam toda semana navios e mais navios, que conduziam passageiros e levavam nossos produtos não apenas para o Sul e o Norte, mas também para o exterior. Vivia em constante festa a nossa Ponte Metálica, precário terminal de embarque e desembarque de Fortaleza. A movimentação era intensa. Sempre uma alegria ir de “vapor” ao Recife, Salvador, Rio e São Paulo, a negócios ou de férias. Era o turismo que ainda não sabíamos que era. A viagem exigia tempo, era mais prolongada, mas a compensação refletia-se positivamente. A “estrada” sempre se apresentava boa e não precisava de remendos a todo o instante. Com a Segunda Grande Guerra, as dificuldades começaram a aparecer e até o medo, pois houve vários navios misteriosamente afundados numa estória ainda hoje mal contada de que a culpa recaia exclusivamente sobre as forças do “Eixo”, os alemães, italianos e japoneses. Surgiu então a ideia, boa na sua origem e em muitos aspectos, de se ligar por estradas de rodagem os vários estados brasileiros. O pecado consistiu em se abandonar em grande escala a estrada natural que era o mar.  Porque não dizer, também, os caminhos íngremes e tortuosos por onde passavam os trens?  A cabotagem foi proibida, iniciando-se aí a “degringolada”. Também foi deixado de lado e quase totalmente desativado o uso de trens para transporte de cargas e passageiros. As viagens marítimas, ao contrário de outros países, ficaram quase esquecidas. Assim, o Brasil de hoje é “rasgado” por estradas, um benefício inegável, infelizmente de custo alto na sua construção e manutenção, quase sempre por conta das falcatruas por porte de entes governistas e empreiteiras. Isto implica em dizer, entre outros fatores, que esquecemos o nosso “pré sal” do turismo. Estamos desprezando um nicho valioso tão bem utilizado mundo a fora, o mar. Que seriam as cidades do Mar do Caribe se não fossem os cruzeiros repletos de turistas que sustentam suas economias? Quem poderia saber que existiam os “paraísos turísticos” como a Ilha de Páscoa, no Chile,; St. John, no arquipélago das Ilhas Virgens,   Americanas? E o que dizer sobre o Porto de Miami, com uma média de 4.850.000 cruzeiristas por ano, quase o total dos poucos mais dos seis milhões de turistas que o Brasil recebe no mesmo período? É lamentável que a visão (ou as más intenções) das nossas autoridades não enxerguem o obvio no caminho do desenvolvimento do País. Parece que só pensam naquilo...

Nenhum comentário:

Postar um comentário