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sexta-feira, 7 de outubro de 2016

A MARCA QUE O DESTINO CONTEMPLA A ALGUNS

Carlos Casaes - Abrajet BA
O talento e a coragem são marcas que contemplam alguns privilegiados. 
Por excepcional deferência desse “irmão” querido que edita esta publicação tão projetada no contexto da mídia nacional, tenho destinado algumas elucubrações em torno de alguns temas, sobretudo de pessoas que se têm destacado no turismo, especialmente, mas não apenasmente nele. São aqueles que considero como autênticos monstros sagrados na paisagem que vislumbramos no país. 
Hoje, por exemplo, distancio-me um pouco dessa marca, turismo, embora me atenha a consideração do valor intrínseco de quem analiso. Para ser mais preciso na enunciação, remonto aos idos de 1967. Dividia, então, com a função de “Assistente Jurídico” da Prefeitura Municipal do Salvador, os encargos de Redator do Diário de Notícias e do Estado da Bahia, matutino e vespertino do grupo “Associados” que aqui eram editados.
Por conta disto, recebi, com a minha jamais esquecida Tereza, convite do Governo Italiano, através da sociedade Cultural Dante Alighieri, para cumprir uma bolsa de estudos em Siena, Itália. Como teria que me licenciar da função na Prefeitura, decidi apelar para um querido amigo e ex-colega de infância, Luiz Antonio Sande de Oliveira – então, Secretário de Finanças no Município do Salvador, na administração do Prefeito Antônio Carlos Magalhães, que se iniciava – no sentido de que autorizasse a antecipação do pagamento da minha remuneração, vez que, a época, ainda não havia o sistema de vinculação bancária.
A oportunidade gerou o convite de Sande para que eu, no retorno, assumisse a Chefia da Assessoria Jurídica da Secretaria de Finanças, pois me encontrava, então, lotado na Secretaria de Administração.
Aquele surpreendente convite me permitiu, dentre tantas outras ricas experiências, aproximar-me de um cidadão que, até então, conhecia apenas por vê-lo, vez por outra, a porta da casa comercial do seu pai Jorge: a Loja América, na Avenida Sete de Setembro. 
A convivência durante três anos fez-me admirador incondicional da competente juventude daquele novo amigo. Mas, corriam meados do ano de 1970, se a memória ainda não me trai, e eu me encontrava em férias com a família no Rio de Janeiro. Como de hábito, todos os dias buscava as notícias da terrinha em jornal baiano que circulava também na Cidade Maravilhosa. Quando tomei conhecimento de que o Governador Luís Viana Filho, por iniciativa do próprio ACM, havia nomeado aquele meu novo amigo para a Presidência da Fundação de Planejamento Econômico -  CPE. Se ainda me não engano, o jovem Assistente de Sande nas Finanças vivenciava ainda os seus verdes vinte e poucos anos.
A ideia de ACM, que já se preparava para ser eleito Governador da Bahia, era que aquela iniciativa permitisse que o programa do seu futuro Governo fosse montado. Do Rio, enviei uma mensagem congratulando-me com aquela excepcional deferência. Ao reassumir minhas funções, no retorno, fui informado de que o, já então, Presidente da CPE deixara recados na Secretaria de Finanças de que queria me ver. 
Logo, fui ter ao seu Gabinete no Edifício BIG, Praça da Inglaterra. Em mais aquela oportunidade, fui surpreendido com o convite para que assumisse a Chefia do seu Gabinete. Compatibilizada nova situação com a minha vinculação a Prefeitura, assomei ao privilegiado cargo.
Eleito, como esperado, ACM para o seu primeiro dos três mandatos como Governador, logo que empossado, criou a Secretaria do Planejamento. E quem, para cuja titularidade do novo órgão, nomeou? a impetuosa juventude daquele meu novo amigo. E la fui eu também para o recém-criado órgão. 
E uma das primeiras grandes obras do Governo ACM fora a construção do que viria a ser o monumental Centro Administrativo da Bahia, sob gestão da Secretaria do Planejamento, cujo titular ainda patinava nos seus 26 anos. A primeira unidade a ser instalada no novo espaço foi exatamente a própria Secretaria do Planejamento. E la fomos nós, de malas e bagagens para o novo espaço naquela que viria a ser Avenida Paralela, hoje tão conhecida.
O que busco pontuar é o ascendente e surpreendente prestígio do jovem Secretário. A competência, a ousadia de atitudes, a lealdade e a seriedade de sua atuação, ao longo dos quatro anos da gestão ACM no Estado, fez dele o mais prestigiado, o mais vinculado e o mais confiante de tantos auxiliares da administração.
Fui testemunha viva do quanto o Governador Antonio Carlos distinguiu aquele seu colaborador. A ponto de, ao fim dos quatro anos de Governo, ao reunir a equipe para os formais e habituais agradecimentos, solicitar de todos os presentes, depois de identificar a contribuição de cada titular, que lhe permitissem um agradecimento especial, porque não se tratava de direcionamento do Governador ao seu Secretário, nem do político ao seu correligionário, menos ainda do líder ao seu auxiliar. Porque, na realidade, era o reconhecimento de “um pai para o filho”, porque era assim que o considerava.
Aquele episódio ocorreu no Palácio da Aclamação, ex-sede do Governo.
Mas, como neste espaço não cabe tanta lembrança, reservo-me para, na próxima edição, relatar como uma candidatura deixou de se materializar, conquanto todos os direcionamentos conduzissem a sua confirmação. Sem dúvidas, por conta do acaso, se é possível considerar como acaso, o meu querido amigo deixou de ser elevado a condição de Governador do Estado.
Mas, é uma história que deverei relatar no próximo capítulo, inclusive com a sua identificação.

Jornalista Carlos Casaes – Da Abrajet/BA

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