Não foi por ocaso que Ary Barroso traduziu em mais uma das suas composições aquela que consagrou o Rio de Janeiro como Cidade Maravilhosa. Traduziu o radialista famoso o que sua vista era brindada no dia a dia. De fato, sem contestação, a cidade é tida como um dos recantos mais bonitos deste planeta terra porque sua geografia é generosa. Oferece-lhe uma visão ímpar da Baia da Guanabara, abençoa –a com pedras e morros, vegetação e inúmeros locais que, no todo, é uma aquarela ímpar. O Cristo Redentor de braços abertos abençoa a cidade. O Pão de Açucar, o Morro da Gávea, enfim um conjunto de bens naturais são um colírio para a vista de qualquer pessoa. Some-se a isto o rico patrimônio histórico, traduzindo o Império e a época do Brasil Colônia. Palacetes e prédios monumentais dão a ideia da imponência de um passado que não vai tão longe assim. Modernizou-se o Rio de Janeiro, uma cidade “top” no conceito moderno. Felizmente, grande parte da sua história ainda está aí para confirmar a opulência de outros tempos. Não obstante administrações desastradas, o Rio de Janeiro continua aumentando sua riqueza patrimonial. Com os últimos acontecimentos esportivos – Copa do Mundo, Olimpíada e Paraolimpíada - houve uma revitalização da cidade. Está com ares modernos grande parte da área portuária, tornando-a agradável para a população e conquistando o visitante. Ganharam visual novo as praças XV e Mauá; centos culturais; o Museu de Arte do Rio e o Museu do Amanhã; a Cidade do Samba e galpões multiuso do antigo Porto do Rio. Houve acentuada melhora na mobilidade urbana com a implantação dos Veículos Leves sobre Trilhos. Agora, mais um presente para aumentar o rico acervo patrimonial. No último dia 31, foi inaugurado o Aquário Marinho do Rio de Janeiro, um mega empreendimento da ordem de R$ 130 milhões, localizado, nas proximidades do Boulevard Olímpico. Ocupa o prédio da antiga Cibrazem e é considerado o maior aquário marinho da América do Sul. Tem 26 mil metros quadrados, abriga 4,5 milhões de litros d'água salgada divididos em 28 tanques e reúne cerca de oito mil animais de 350 espécies. Entre as espécies expostas estão peixes da costa brasileira, do Caribe e do Indo-Pacífico, como tubarões, arraias, moreias, e cavalos-marinhos entre outros. O empreendimento é resultado de um investimento de grande porte feito pela iniciativa privada e sua gestão é de responsabilidade do Instituto Museu Aquário Marinho do Rio de Janeiro (IMAM). A expectativa é que receba, em média, de 4 e 5 mil visitantes por dia. Ainda mais, movimentará a Orla Paulo Conde, onde está localizado. Como se verifica no momento, o Rio de Janeiro está “quebrado”, pagando parcelado o seu funcionalismo público e deixando de cumprir obrigações essências na saúde, educação e segurança pública. Mas, com o patrimônio cultural que possui, com o charme e a alegria do carioca, com o samba no pé nas ruas e na Marquez do Sapucaí, com o Reveillon de Copacabana, é bem provável que haja breve recuperação. O turismo está aí para contribuir, restando apenas que seus administradores tenham vergonha na cara.
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