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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

CABOCLINHO DE PERNAMBUCO É PATRIMÔNIO CULTURAL

Faltam três meses para o Carnaval e quem for curtir a folia em Pernambuco poderá apreciar de perto o mais novo Patrimônio Cultural do Brasil. Originalmente de cunho religioso, o Caboclinho pernambucano é uma das danças mais tradicionais do carnaval pernambucano. A presença dos grupos de Caboclos, ou Caboclinhos se estende de Alagoas até o Rio Grande do Norte e se manifesta, nas ruas, desde o final do século XIX. Os grupos mais expressivos, cerca de 70 agremiações, estão na Região Metropolitana de Recife e a Zona da Mata Norte de Pernambuco.
O reconhecimento desse patrimônio nordestino simboliza a preservação da memória do encontro cultural e da resistência dos povos indígenas e africanos escravizados. A performance artística reúne elementos de dança e música, com narrativas de guerreiros e heróis. Os grupos conectam a vida cotidiana ao elemento mítico do caboclo brasileiro. A prática é marcada por uma forte presença religiosa de raízes africanas e indígenas com o culto à Jurema e entidades espirituais denominadas Caboclos. As apresentações, em palcos e no carnaval, atraem visitantes e incentivam a integração entre o turista e a comunidade.
Os instrumentos musicais são outra singularidade da expressão cultural. O Caracaxá e a Preaca (em forma de arco e flecha), são exclusivos dos Caboclinhos. A música apresenta uma sonoridade singular, tanto pelos instrumentos empregados, quanto pelos aspectos do ritmo e melodia. Como tantas outras expressões da cultura popular, a tradição é mantida entre as gerações pela observação e a prática dos mais jovens. A transmissão é feita de forma oral através da orientação e conhecimentos dos mais antigos para os jovens. A indumentária e os adereços dos caboclinhos são emplumados e ornamentados com muito brilho.
Os Caboclinhos integram um conjunto de formas de expressão culturais características da Zona da Mata de Pernambuco, juntamente com o Frevo, o Maracatu Nação, o Maracatu de Baque Solto e o Cavalo-Marinho, todas elas já registradas como Patrimônio Cultural do Brasil. O Frevo, a maior delas, é reconhecido pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade. A cultura popular, além da identidade pernambucana, é uma das marcas do turismo no estado, bem como a culinária, o artesanato, os monumentos históricos e as belezas naturais.
RECONHECIMENTO - A aprovação do novo Patrimônio Cultural do Brasil foi feita na quinta-feira passada (24) pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, que avalia os processos de tombamento e registro. O grupo é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 23 conselheiros.

Nessa reunião também foram aprovados os pedidos para tombamento de quatro bens do Rio de Janeiro: os prédios das antigas Docas Dom Pedro II; do antigo Supremo Tribunal Federal; do Instituto de Resseguros do Brasil, além de um Lampião situado no Largo da Lapa. Todos os atrativos ampliam a oferta turística na região histórica e portuária do Rio de Janeiro. (Com o MTUR).

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