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quinta-feira, 1 de junho de 2017

CALEIDOSCÓPIO - REMINISCÊNCIAS GRATIFICANTES

Na estrada deste nosso conturbado Planeta e já no por do sol da vida, posso afirmar que os momentos de alegria por que passamos superam os controversos instantes de tristeza e instabilidade. Na infância e juventude, naquele tempo em que a escola era “risonha e franca”, deixava a “vida me levar” sem maiores preocupações. Muitas brincadeiras nas ruas Floriano Peixoto e Major Facundo, nas proximidades do Quartel da Polícia Militar, no bairro José Bonifácio. Futebol nas areias, nos campos dos subúrbios, no Campo do Prado e no Estádio Getúlio Vargas, aqui já quase engrossando a voz e fazendo parte dos garotos do Ceará e do Maguari. Foi a época em que, em meio às brincadeiras, estudava no Instituto São Luiz e no Liceu do Ceará, preparando-me para a vida afora. Não tenho muito do que reclamar desta era. Após a conclusão do Ensino Secundário, na turma do Centenário do Liceu, em 1945, a vida me conduziu para outros caminhos. Não houve abdicação total de continuar jogando futebol. Até vestimos as camisas dos chamados “primeiros times” do Flamengo, do Penarol e do Ceará. Mas a caminhada levou-me mais seriamente para outros caminhos. Conduzido pelas mãos de Bruno Maia, em1945, fui trabalhar no jornal “O Nordeste”, órgão influente na época, “menino vei” que tremia de medo diante dos meus chefes Andrade Furtado, Luís Sucupira, Audifax Mendes e Vasco Furtados, luminares das letras jurídicas e do jornalismo. Foi a minha primeira escola de sério aprendizado do Vernáculo, graças ao incentivo destes luminares e, mais, pela convivência com intelectuais como Mozar Soriano, Arruda Furtado e Ismael Pordeus, além de outros belos colaboradores de “O Nordeste”. Tomei gosto pelo jornalismo e pelo cultivo do conhecimento. Após conclusão de curso na Faculdade de Filosofia do Ceará, em 1949, enveredei pelo caminho do magistério, sem contudo deixar de trabalhar em “O Povo”, na “Gazeta de Notícias”, na “Tribuna do Ceará”, além de criar este “Rota do Sol – Jornal do Turismo”. Foram excelentes e de muito aprendizado os tempos de magistério no Liceu, no Colégio Castelo e na Academia de Polícia Civil, com passagem pela Faculdade de Filosofia, já então do Estado e não mais dos Irmãos Maristas. Mas o germe do jornalismo me havia pegado de vez. E até hoje, dentro das minhas limitações, continuo tentando ser ativo na imprensa. Ficaram marcados os bons tempos em que convivia com Sebastião Pinho, Aníbal Bonavides, Miguel Sales e Peteleco (Miguel Picanço), nas reuniões da Associação de Cronistas Desportivos, nos finais da década de l940. Recordações positivas são as reuniões para a transformação da ACD em APCDEC, sigla adotada em 11 de maio de 1950. Lá estávamos ao lado de cronistas esportivos renomados, como Antônio de Almeida, Antônio Pontes Tavares, Afrânio Peixoto, Tiago Otacílio de Alfeu, Iran de Alencar Benevides, Aliatar Bezerra, Pery Augusto, Barbosa Filho, Blanchard Girão e Mozart Marinho. Também memoráveis foram os encontros para a fundação do hoje respeitado e vitorioso Sindicato dos Jornalistas do Ceará, em 26 de maio de 1953, criado pela transformação da Associação Profissional dos Jornalistas do Ceará, nascida em 1951. O Mestre Paulo Bonavides comandou o início das duas entidades, ao lado de, entre tantos, Antônio Albuquerque, Olavo de Sampaio, Antônio Pontes Tavares, Delmondez Neto, Adauto Gondim, Antônio Girão Barroso, J. Arabá Matos, Daniel Carneiro Job, Armando Vasconcelos, Odalves Lima, Valter Batista Moreno, Tiago Otacílio de Alfeu e do seu criado. Tempos de muitas afirmações, movimentações e, claro, papos descontraídos nos bares bons da vida. Dito isto, acho que não há o de que reclamar. Foram ótimos os dias em que exerci funções no magistério, na Secretaria de Educação e na LBA e até na advocacia.  Mas, meu xodó mesmo continua sendo o jornalismo, até quando o Homem lá de cima quiser.

2 comentários:

  1. Parabéns, amigo José Carlos. Você ainda tem muito que nos ensinar. Forte abraço de Antônio Claret de Rezende/Curitiba/Pr

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  2. Parabéns, amigo José Carlos. Você ainda tem muito que nos ensinar. Forte abraço de Antônio Claret de Rezende/Curitiba/Pr

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