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sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

O ILUMINADO “FRENCH CAN-CAN” NA CIDADE LUZ

A ILUMINAÇÃO QUE A NOTABILIZOU - Já no limiar do século XX, Paris conquistou ares bem deslumbrantes, sobretudo através de iluminação tão expressiva que lhe valeu o título de “Cidade Luz” , inclusive pela sua proeminência cultural no contexto da Europa que, por fim, vivenciou duas grandes guerras que lhe abalaram sensivelmente, mas não lhe comprometeram em definitivo.
As noites parisienses, portanto, afirmaram-se tão reluzentes, pormenor que ainda mais ilustrou a riqueza da sua formação artística. Emanando manifestações múltiplas, afixou-se numa caracterização que, por fim, culminou por lhe render uma imagem plástica de irretocavel movimentação: o FRENCH CAN-CAN,
PRECISÃO DE CADENCIADOS MOVIMENTOS -   Incluído numa programação tão vasta quanto diversificada em seus cabarés, o FRENCH CAN-CAN emergiu de um balé rigorosamente disciplinado de coreografia muito própria, sobretudo caracterizada pela fixação mais rígida dos seus movimentos de pernas.
Dezenas de figurantes, por vezes, constituem tal unidade de movimentos, consequência do rigor da preparação, que transformam o número numa muito especial apresentação. É o FRENCH CAN-CAN a atração principal de uma programação sempre muito bem cuidada, que desagua, por fim, na tradicional canção francesa, nunca raro extraída dos acordes de um acordeão magistralmente executado.
DIVINA HERANÇA DA BELLE ÉPOQUE -  O FRENCH CAN-CAN, então, afirmou-se nos salões de música, como dança popular, por volta da década de 1840, intimamente associada aos populares cabarés franceses. Desenvolvendo técnica muito apurada,  popularizada pela linha de bailarinas caracterizadas pelo domínio pleno dos movimentos das pontas de pés e pelas “piruetas” singulares que promoviam a composição do número.
Um dos palcos mais populares durante décadas, em que o FRENCH CAN-CAN mais se afirmou, foi o “Follies Bérgère”, uma casa de música do tipo cabaré, que teve o seu ápice na década de 1890, reinando soberano até 1920, mas sobrevivendo com exuberância até o final do século XX. Mas, o desinteresse público pelos espetáculos de revistas, a partir de então, levou-o a ser utilizado para a encenação de comédias musicais, grupos de bailes, etc. Fica situado na Rue Richer nº 32. 
A sua abertura ocorreu em 2 de maio de 1869, sob a denominação de “Follies Trevise”, estabelecendo uma expressiva concorrência com o já famoso e prestigiado “Moulin Rouge”. O “Follies Bérgère “ inspirou, inclusive, ao norte-americano Ziegfield a montar o famoso “Ziegfield Follies”.
MOULIN ROUGE, A INSPIRAÇÃO DE TANTAS EXPRESSÕES ARTÍSTICAS - O tradicional cabaré MOULIN ROUGE, bem ali na região de Pigalle, Booulevard de Clichy, teve a sua construção no ano de 1889, ao pé de Montmartre. Sem a menor dúvida, é o mais suntuoso símbolo emblemático da noite parisiense. Ainda hoje, a sua afirmação evoca, de forma luminosa, o ambiente boêmio da “Belle Époque”. Já de muito longe, a sua presença se faz notada pelo Moinho construído na sua exuberante fachada.
Inserido em sua muito bem cuidada e articulada programação, o FRENCH CAN-CAN é o grande destaque. O MOULIN ROUGE foi o cenário preferido e muito especial para algumas das mais destacadas figuras das artes francesas. A grande intérprete Mistinguette reinou soberana no inicio do século XX, deixando, inclusive, para os seus pósteros, sobretudo para os seus tantos admiradores, uma obra fantástica.
ALÍ, TOULOUSE LAUTREC CONSAGROU A SUA MARCA - No entanto, quem mais fixou a expressão da sua genialidade nos seus ambientes foi o excepcional pintor TOULOUSE LAUTREC, que ali consagrou a sua preferência pela articulada encenação. As suas paixões e os seus amores, inclusive, percorreram todo o seu interior, desde a sua periferia, com abrasadora efervescência.
A marca do cabaré sinalizou de tal sorte a vida do extraordinário artista que se imortalizou no filme que levou, precisamente, o nome da casa: “MOULIN ROUGE”.  Nele, o autor do feliz argumento fixou, com desusada maestria, a figura singular do apaixonado pintor de tantas obras primas e sua andanças e artimanhas para a conquista do amor exaltado. As dançarinas do “Can-Can” la estão definitivamente identificadas em cores deslumbrantes.
Mas, ao lado do veterano cabaré, outras casas fazem a excelência das noites parisienses, com destaque para o LIDO, em meio aos “Champs Elisées” . Além dele, figuram, com similar performance, tantos outros, a exemplo de Eric Deniset, La Craizy Horse, Paradis Latin, Aux Trois Mailletz, dentre muitos.

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