FESTA DA DEMOCRACIA
Com todos os problemas que enfrenta, o povo brasileiro mostrou domingo que é amigo da ordem e da lei. Ao votar em massa para escolher prefeitos e vereadores dos 5.565 municípios do território pátrio ofereceu demonstração inequívoca de que deseja ser partícipe ativo na condução dos nossos destinos. Se milhares de votantes ainda foram conduzidos por falsas promessas, dinheiro sujo da compra de votos e outras mazelas que infelizmente acontecem em todas as eleições, deva-se ao fato não a estes pobres coitados mas ao criminoso sistema que impera no País. Como se pode cobrar consciência cívica de pessoas que não receberam uma educação condigna, não são amparados por um verdadeiro e eficiente sistema de saúde, não se veem seguros suficientemente no seu dia a dia? Vítimas de um sistema falho em que o “status quo” é do interesse dos mandões, achamos até que a população anda com passos avançados. Já fugiu da eleição do “bico de pena”, da chapa marcada anteriormente no curral do “coronel”. Falta superar os “coronéis” de hoje, os que apontam em quem se deve votar, ficha suja ou não; os marqueteiros, verdadeiros manipuladores de opinião. Continua difícil o avanço mas se vislumbra que novos horizontes vêm anunciando o declínio dos profissionais da política. Esperanças jovens estão aí na magistratura, no ministério público, nas classes empresariais, trabalhadoras e estudantis. Uma nova mentalidade que não aceita mais a forma como o Brasil está sendo conduzido, não concorda com os vícios de carcomidas oligarquias. A esperança e a de que meus netos e bisnetos viverão num Brasil mais justo, com a pobreza material e espiritual estirpadas, certamente não num paraíso mas numa terra em que os pobres não serão miseráveis seres sem acesso à saúde e à educação, os de classe média e ricos menos egoístas. É bom a gente sonhar.
MILITÃNCIA POLÍTICA
Passada a refrega do 1º turno das eleições, os resultados aí estão incontestáveis. Ganharam os que receberam maior apoio político e financeiro principalmente de quem manda nas máquinas administrativas. Houve reconhecimento pelo trabalho de um ou de outro, mas o que imperou mais claramente foi a militância política. E nisto os partidos de centro esquerda são competentes, sabem ocupar espaços, principalmente entre as várias classes de trabalhadores. Não se descuidaram em nenhum momento dos bairros, principalmente daqueles carentes de quase tudo. Levaram suas mensagens de uma vida melhor e souberam como ninguém desconstruir as informações sobre as peraltices e mazelas de muitos dos seus membros. Ficha limpa e mensalão, está provado, não funcionaram como se esperava. O que valeu e certamente valerá no segundo turno das eleições, no próximo dia 27, será o trabalho da militância, trabalho que começou logo no domingo, dia da apuração dos votos. Depois, não adianta chorar pelo leite derramado. Quem não tem “competência” não deve instalar-se.
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