Assim como qualquer outro produto, o turismo também o é e como tal deve ser trabalhado. Na sua primeira fase, elabora-se a partir do destino que quer se vender, cuidando da infraestrutura turística e destacando-se hoteis, restarantes, passeios, casas noturnas, praias, museus, centros de compras e artesanatos, características particulares, transportes, equipamentos para eventos, centros de convenções, etc. Agrega-se tudo isso e já se tem um produto para vender. Na segunda fase, tem-se que levar o produto ao vendedor, que são as Operadoras e as agências de viajens. Isso é feito em promoções, principalmente através de feiras, congressos turísticos, work shops e outros eventos, quase todos fechados e só frequentados por profissionais. É nessas ocasiões que os revendedores tomam conhecimento com o que vâo ofertar a seus clientes e escolhem os que mais se parecem com suas especialidades, seja para negócios, seja para eventos, seja para lazer. Aí, colocam os escolhidos em suas prateleiras a espera do comprador. Mas, com tudo isso, ainda falta alguma coisa, que é o cliente, o consumidor do produto a ser ofertado, o turista em si. Esse, só toma conhecimento do produto atravé da mídia, os jornais, televisões, rádios, revistas, out doors, cartazes e outras formas de divulgação. Sem essa etapa, todo o trabalho anterior terá sido em vão, pois o cliente só compra um produto que conhece ou sobre o quê tenha informações sólidas. E nem sempre os atores do turismo compreendem essa verdadeira batalha de concorrentes, limitando-se apenas às promoções a quê os viajantes não têm acesso. Um turista não entra numa agência de viajens procurando um destino, ele procura a agência procurando um pacote ou facilidades para um destino já escolhido por ele, com o que ele tomou conhecimento atravé da mídia. Dessa forma, é preciso saber dosar as verbas disponíveis entre a promoção e a propaganda, viabilizando o comércio desse produto especializado. Os poucos destinos brasileiros que assim têm procedido tem obtido excelentes resultados, como exemplo Recife e Fortaleza no Nordeste e Rio de Janeiro e São Paulo no Sudeste. Os hoteleiros, os donos de restaurantes, os lojistas, os shoppings centers, costumam dizer que a propaganda não atrai clientes para suas casas e por isso não anunciam. Eles se esquecem que a propaganda atrai clientes para o destino e estando no destino os viajantes procuram os estabelecimentos e equipamentos que lá estão instalados. Dados recentes mostram que cerca de 30% dos turistas vâo ao comércio lojista, mas o comécio lojista muito pouco participa do esforço para atraí-los. E enquanto os empresários do ramo assim procederem, não conseguirão deslanchar seus negócios além da baixa movimentação que os destinos pouco conhecidos possuem.
Editor da Revista Rota Viva
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