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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

CÍRIO DE NAZARÉ, UMA FESTA DO PARÁ PARA O MUNDO


A Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré visitou na manhã da última terça-feira (8), o Aeroporto Internacional de Belém. Foi recepcionadao presidente da Paratur, Marcelo Mendes, o coordenador da Belemtr, Maiken Souza, o diretor Regional da Infraero, Abib Ferreira, e o superintendente do Aeroporto de Val-de-Cans, Hildebrando Coelho, Os turistas foram recebidos com as bençãos de Nazaré, show de carimbó e muita informação sobre as opções de turismo no Pará ao longo do mês de outubro, além, claro, da programação oficial do Círio 2013. O Diácono Edvaldo e o Pe. Dom Teodoro celebraram uma missa para os presentes por volta de 12h.
O Pará, “Obra Prima da Amazônia”,  é um lugar que encanta pelas maravilhas naturais e culturais, culinária reconhecida, riquezas históricas incomparáveis, imaginário e folclore únicos, além de um povo acolhedor de um calor humano único e generoso, é o cenário perfeito para uma das maiores festas cristãs católicas do mundo: o Círio de Nazaré. Pois é em Belém do Pará que se realiza, no 2º domingo de outubro, uma das maiores festas religiosas do país, com destaque especial no mundo católico –o Círio de Nazaré. 
A história do Círio se confunde com a própria história da região amazônica. Transcende o sentido religioso, ocupando lugar também de destaque nos ramos cultural e econômico, abrangendo todos os setores na cidade. Com 221 anos de tradição, faz parte do calendário nacional como uma das maiores festas religiosas do mundo. O evento é cercado de simbolismos e peculiaridades: um misto de cultura, história e demonstrações da marcante religiosidade do povo da região e  que ultrapassa o segundo domingo de outubro, fazendo com que, na realidade, o Estado viva espectros da festa durante todo o ano, mas que aumenta com a proximidade da chamada “Quadra Nazarena”, período compreendido pela programação oficial da comemoração. 
Além de Belém, praticamente todos os municípios do Estado são, de alguma maneira, envolvidos pela movimentação do Círio.. Sem contar com a participação dos povos de outros lugares da Região e até fora dela, cada um contribuindo da sua maneira particular com o grande mosaico de elementos que compõem a festa.  Exemplo é Santa Catarina, onde é produzida a corda puxada pelos promesseiros, que conduz a berlinda de Nossa Senhora de Nazaré.
TURISTAS - O Círio de Nazaré é o evento mais significativo em termos de turismo no Estado. A grade festa é considerada período de alta temporada. Aeroportos, rodoviária e portos recebem pessoas de todos os lugares e por conta disso, em uma espécie de “força-tarefa”, organismos e instituições ligadas ao turismo unem-se para receber da melhor maneira quem se dirige à capital paraense com o Programa “Amigos do Turista”. A Paratur integra o receptivo com cerca de 100 profissionais entre estagiários e voluntários.  Para ressaltar, entre os 2 milhões de romeiros que participam do Círio no segundo domingo de outubro, e que tomam conta das ruas de Belém, cerca de 77,9 mil são turistas.
A festa também é responsável pela difusão da culinária paraense, já que as iguarias gastronômicas mais tradicionais têm a ver com a realização do Círio e o tradicional almoço depois da grande procissão. Maniçoba e pato no tucupi são os pratos principais do cardápio da reunião das famílias e o cheiro dos ingredientes toma conta de toda a cidade dias antes da festa.
PROGRAMAÇÃO OFICIAL – São  11 romarias que,  somadas , chegam a cerca de 120km de percurso e contabilizariam a presença de mais de 5 milhões de pessoas, levando-se em consideração que, em geral, muitos devotos participam de mais de uma romaria. A chamada imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré também cumpre uma extensa agenda de visitas a empresas, órgãos públicos, instituições de ensino e religiosas apenas no período da festa, além da participação durante todo o ano em programações de outros estados que também realizam o Círio, como Rio de Janeiro e Minas Gerais, Amazonas e Amapá.
A programação foi aberta ontem.  (9),   antecedendo  a grande procissão, com a inauguração da decoração da Praça Santuário, da iluminação dos arcos e da Basílica Santuário de Nazaré, da feira de artesanato e do tradicional arraial, além de outros eventos. Na Sexta-feira, ainda de madrugada, começam a chegar os romeiros de diversos municípios que  se dirigem  em caminhada por dezenas de quilômetros até Belém como forma de pagar suas promessas. Eles são recebidos na “Casa de Plácido”, cujo nome faz menção ao morador de Belém que teria encontrado a imagem de Nossa Senhora de Nazaré que deu origem ao Círio, no ano de 1700. No local os romeiros contam com uma acolhida especial e atendimento médico, podendo ainda descansar antes de retornar aos seus municípios.
Diante da  Basílica Santuário, haverá a primeira das 11 romarias, o traslado para Marituba e Ananindeua, municípios na região metropolitana de Belém.. A imagem segue em um carro da Polícia Rodoviária Federal cercada por outros carros, motocicletas e bicicletas e emociona os fieis que aguardam a passagem da imagem em calçadas e passarelas, especialmente na principal via de acesso a Belém, a Rodovia BR316.
Depois de uma noite de vigília, a imagem segue nas primeiras horas da manhã de Ananindeua para Icoaraci, distrito de Belém, na Romaria Rodoviária. Na orla do distrito, depois de uma missa campal, começa a Romaria Fluvial, pelas águas da baía do Guajará, seguida por centenas de embarcações de diversos tamanhos, todas enfeitadas. Esta romaria é uma das mais novas do calendário, criada na década de 1990. Como já se tornou tradicional durante a chamada romaria das águas, a Paratur realiza todos os anos um concurso que elege a embarcação melhor ornamentada para a participação. Artistas, jornalistas, acadêmicos e profissionais diversos integram o corpo de jurados. 
Já na orla de Belém, na escadinha do cais, a imagem é recebida com honras de Chefe de Estado. Iniciai-se então outra romaria, a dos motociclistas, que conduz a imagem até o Colégio Gentil Bittencourt. Ao meio dia, paralelamente  ocorre na Basílica Santuário a cerimônia de descida da chamada imagem original, a mesma encontrada por Plácido junto ao igarapé Murutucu. Ela é retirada do glória (na parte superior do altar-mor da Basílica) e colocada em um nicho no presbitério para que os fieis possam estar mais perto durante a quadra nazarena. É necessário lembrar que a imagem que sai nas romarias é uma cópia da chamada imagem original, mas que em seu traçado detalhes do semblante das mulheres amazônicas e o Menino lembra uma criança da região.
No sábado, à tarde, diante do Colégio Gentil, haverá  a missa da Trasladação que, com percurso inverso ao do Círio,  possui praticamente os mesmos elementos da grande romaria, sendo que à noite, quando a temperatura é mais amena ,  conta com as luzes das velas carregadas pelos fieis até a Catedral Metropolitana. Na manhã do segundo domingo de outubro um verdadeiro mar de gente toma conta das ruas de Belém para a passagem da berlinda enfeitada que conduz a imagem peregrina. 
A programação dura ainda mais duas semanas, com a realização das demais romarias e também de diversos eventos ligados à festa, encerrando com um espetáculo com fogos de artifício à noite e na manhã seguinte a realização da última e mais curta romaria, o Recírio. (Com a jornalista Benigna Soares e o fotógrafo Thiago Figueira)

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