FINAL DE ANO BONITO. E AGORA?
A estória se repete, o mundo se repete. Em quase todas as cidades brasileiras, o mês de dezembro de 2013, como num passe de mágica, foi de intensa alegria, de luzes multicores colorindo as ruas e as Árvores de Natal brilhantemente decoradas refletiam as esperanças de um mundo melhor, mais feliz e solidário, com as abastanças atingindo a todos. Esquecendo as aperturas de meses passados, até as calamidades que alcançaram muitos dos nossos irmãos, os mercados, lojas e shoppings ficaram apinhados de gente em busca de comprar presentes para as pessoas queridas. O 13º mês de salário contribuiu cegamente para que até os endividados até o pescoço, atolados em dívidas mais do que preocupantes, quase anestesiados, fossem também engordar o caixa dos negociantes. Reveillon de festas ruidosas, fogos nos céus, abraços na terra com os desejos de saúde e felicidades no ano que já era novo. Agora, “quo vadis” meus queridos e sofridos conterrâneos. Vamos caindo na velha preocupação dos anos anteriores. Nem bem terminam as festas de dezembro já estamos às voltas com as mesmas preocupações de anteriores passados. Subiu e temos que enfrentar os IPTU, os Impostos de Renda, os IPVA, as compras de livros dos filhos, os reajustes das moradias e a escandalosa remarcação de preços dos alimentos nos supermercados, até dos básicos que fazem parte do dia a dia do pobre. E o Ministro da fazenda, com a cara de seminarista, informando que tudo foi um “pouco pior” por conta da conjuntura mundial, mas tudo será melhor este ano. E os “economistas” a nos ensinar como gastar e poupar para o futuro. Como isto pode acontecer se aumentos salariais de fato não acompanham a inflação. E os governos nos levando na lábia demagógica, com paliativos, entremeados de pão e circo. E anúncios dos “Minha Casa Minha Vida”, dos remédios gratuitos e de obras sem conta na saúde, na educação, na segurança e na modalidade urbana. Ah.!, em breve terminarão as obras dos canais que levarão águas para o semiárido nordestino... Engraçado, o dinheiro que destinam para toda a demagogia pessoal e eleitoreira não é deles, mas nosso, tirado dos impostos escorchantes que nos cobram no dia a dia. Mas eles agem como se deles fosse, Se ao menos essas verbas tivessem correto emprego, tudo bem, pois foram por nós eleitos para administrar a coisa pública. A ironia perversa é que, para aumentar os salários do trabalhador, público ou privado, nada mais que a correção oficial. É, vivemos numa sociedade injusta. E nós contribuímos para que ela assim seja, votando mal.
ACHINCALHE – Não teria sido um achincalhe colocar a bandeira do Brasil sobre o caixão mortuário do mega marginal inglês Ronald Biggs? É certo que o “ladrão do século”, aquele que participou, em l963, de audacioso assalto a um trem pagador que ia para Glascow, ganhou fama internacional como fora da lei. É certo que o governo brasileiro, na sua fuga, deu-lhe guarida por 30 anos, numa decisão que só Deus sabe. É certo que o ladrão viveu entre nós participando até de altas rodas sociais. Mas nós, os brasileiros, não merecemos afronta tão significativa, por conta da imperdoável decisão do Governo. Será que os ingleses estão convencidos de que aqui homenageamos os grandes marginais na sua passagem para a eternidade?
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