“QUO VADIS”, BRASIL ?
O povo brasileiro está assustado, com medo de tudo, de todos, em qualquer recanto do nosso território. Não há nenhum lugar seguro, nem mesmo nos menores lugarejos. Estamos reféns dos fora da lei, assaltantes vulgares, maiores ou menores, ou dos que, travestidos de autoridade, poder, cometem toda sorte de marginalidade, invadindo os cofres públicos. Nunca se viu tanta degradação. O pior é que não há perspectiva de as coisas melhorarem. Muitas são as sugestões de pessoas de bem para que o terrível quadro se reverta, pelo menos a longo prazo. Somos de uma época em que ladrão de galinha era bandido perigoso; do tempo em que os meninos jogavam bola de meia no meio da rua ou brincavam de “manjô”, enquanto as meninas cantavam nas suas danças de roda. As famílias se reuniam nas calçadas, à noite, para jogar conversa fora. Um romantismo inesquecível. Assistimos, gradativamente, a chegada da “civilização”, do modernismo. Fortaleza foi crescendo em número de habitantes, deixando também para trás velhos hábitos, velhas formas de viver. O progresso chegou de mansinho, a família foi se degradando na onda dos “novos tempos”. Sem perceber, ou não podendo nada fazer, o núcleo familiar foi descendo a ladeira até chegar ao que é hoje. Assustadoras são as notícias sobre criminalidade. Como conceber a razão pela qual delinquentes sejam julgados por uma população apavorada, fora da razão, com medo até da sombra, como vem ocorrendo em São Luís do Maranhão? O linchamento fatal de delinquentes jamais pode se justificado. A omissão do Estado na punição dos infratores não é motivo para a barbaridade, mas indica a desesperança do povo. As drogas estão no topo dos porquês da criminalidade. Sem a precisa assistência nos mínimos requisitos, os pobres e negros são levados a praticar delitos, quase sempre hediondos. Não têm um lar digno, não se lhes oferecem humanas condições de vida, não vislumbram condições decentes no futuro. Triste sina, seus filhos menores são presas fáceis dos criminosos maiores, já consagrados na universidade do crime. Até agora não há objetividade concreta nas ações para livrar os pobres, as crianças, jovens e adolescentes do perverso caminho que lhes está traçado. O Estatuto da Criança e do Adolescente, sancionado em 1990, até agora minorou a situação, mas longe está de ser um verdadeiro instrumento de efetivos resultados, por culpa ou negligência dos governantes. Se o número de homicídios de jovens dobrou nos 24 anos da sua existência, a culpa é de quem? Do ECA é que não é. E o povo acuado, na sua grande maioria defende a menoridade penal, como se isso resolvesse a situação. “Quo Vadis”, Brasil ? Não é preciso ser nenhum especialista para apontar que só há um jeito de não atingirmos totalmente o fundo do poço, no problema específico da violência. Este será sem dúvida a efetiva união dos dirigentes da Nação, das “cabeças pensantes” da sociedade civil, sem cor partidária e de vida ilibada, com toda a força de vontade, na formulação de um plano objetivo, de uma política de combate sem tréguas à pobreza marginalizada. Saúde, educação, moradia e oportunidade de uma vida digna é o de que necessitam os excluídos da sociedade. A prisão nada resolve, não educa ninguém. principalmente o adolescente, como provam as atuais casas de correção. Chega de paliativos.
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