CANTIGA DA PERUA
A cada dia que passa, o brasileiro leva mais chibatadas nas costas. Entre as várias tentativas para tirar o país do atoleiro em que está mergulhado, com perspectivas de os problemas se agravarem, o governo apresentou, através dos seus arautos Joaquim Levy, ministro da Fazenda, e Nelson Barbosa, Ministro do Planejamento, uma série de medidas, dependentes da aprovação do Congresso Nacional. O Orçamento para 2016 teria um corte de R$ 26 bilhões, que, somados ao aumento de tributos, à recriação da CPMF e a novos aumentos de tributos resultaria num ajuste de R$ 64,9 bilhões. Tem mais, haveria adiamento do reajuste dos salários dos servidores públicos, que passaria a ser, em 2016, somente em agosto e não em janeiro, como tradicionalmente vinha ocorrendo. O saco de maldades para o grosso da população é maior, atingindo os indefesos servidores mais idosos ainda na ativa, os quais iriam para casa, pois isto valeria uma redução de gastos em abonos. A saúde, que já é uma calamidade, teria corte de R$ 3,8 bilhões. Até a menina dos olhos da presidente Dilma Rousseff, o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, seria atingido com um corte de R$ 4,8 bilhões. E, com a calma de monges, o “franciscano” Joaquim Levy justificava as medidas “salvadoras”, dizendo em bom tom que o povo deveria fazer um sacrifíciozinho, pois em breve tempo a maré baixa passaria. Quanta cara de pau...
ARREMEDO NO DEVER DE CASA
O que admira mais na tentativa do Governo para superar a crise são, em relação à sua máquina administrativa, as medidas apresentadas até agora bastante tímidas, um tanto ou quanto paliativas. Cortes aqui, acolá, em cargos de comissão, em algumas mordomias e por aí vai. A questão do corte no número de ministérios foi esquecida. É um vespeiro que o Governo não quer mexer. São trinta e oito, mais da metade apenas para acomodar pessoas dos partidos “amigos”. Ministérios e secretarias e outras “bondades” quase sempre ocupados por pessoas de qualificação duvidosa. Assim fica muito difícil o País superar momentos tão incertos. Como dizia o humorista Chico Anísio, na personagem de Justo Veríssimo: O povo que exploda...
E OS OUTROS PODERES?
Nesta hora de cruzada nacional, de se arranjar uma maneira de o Brasil crescer e voltar a ter credibilidade perante as demais nações, não se tem notícia de que os outros dois poderes da República realmente contribuam para um realinhamento e voltemos a crescer, a ter respeito e não achincalhado mundo a fora. Não seria o momento de o Legislativo e Judiciário cortarem os conhecidos gastos excessivos, mordomias que só reis têm. O trabalhador, o funcionário público, o aposentado, coitados, se quiserem ter calhambeques, casas ou apartamentos, viagens, assistência para a saúde que se virem e paguem. O que não acontece com os nobres “representantes do povo” ou membros do judiciário, todos com salários generosos. Não deixem, pois, iluminados senhores, que só o povo pague a conta. É a hora precisa de se redimirem de tantos excessos, pecados.
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