Antonio José de Oliveira |
A gente parece acostumar-se com as coisas erradas neste mundo. Chegamos, às vezes, a pensar que quem procede, corretamente, é tolo e não consegue nada, na vida, em qualquer modalidade de atividade, ou mesmo nos relacionamentos com o semelhante.
O mundo é dos espertos – dizem alguns – e deve-se apelar para a conhecida “Lei de Gérson”, ou seja, levar vantagem em tudo, não importando quem estiver atrapalhando os desejos de poder, fama, riqueza e outras vantagens pessoais em detrimento do bem coletivo.
Que absurdo! Isso jamais deve ser filosofia de vida para quem tem personalidade e caráter e sabe que não se pode subir, na pirâmide social, atropelando as pessoas, pisando-as e não lhes dando vez, nem voz. O importante – para quem age dessa maneira – é chegar lá, embora com a consciência pesada, que travesseiro algum será capaz de aliviar a dor no inconsciente.
Exemplos de mau-caratismo não faltam. Nas vias públicas, constatamos o retrocitado procedimento humano, o que é melhor denominá-lo de animalesco, ainda que os irracionais mostrem-se, em algumas situações, mais humanos do que os ditos animais racionais. A indiferença nossa com os indigentes, os moradores de rua, os idosos, os abandonados por familiares, em asilos, ou casas de recolhimento, é de envergonhar qualquer cristão.
Uma prova? Basta observar o desrespeito de alguns jovens com as pessoas de idade avançada. Se nos ônibus, ocupam os lugares, destinados, por lei, aos maiores de 60 anos, e até fingem dormir, para não se levantar do local. Quanto cinismo e falta de educação! Esquecem-se de que, mais tarde, ficarão velhos também. Que exemplos podem dar esses moleques a seus atuais ou futuros filhos? Conclua, caro leitor!
Ah! E tem mais: já presenciamos motoristas de coletivos (ônibus e topiques), deixando pessoas idosas, nas paradas, pois, acima dos 65 anos, não pagam passagens. Será que não se lembram de que o mundo dá muitas voltas e podem sofrer idêntico preconceito mais tarde? Os tolos julgam que não envelhecem e podem agir, assim, com os senis. O pior é quando pessoas jovens xingam idosos, quando vão pagar as contas, ou sacar algum dinheiro, nas casas lotéricas, bancos, farmácias e em outros estabelecimentos comerciais. É de causar revolta esse abominável procedimento.
A rede de supermercados Pão de Açúcar e o Iguatemi (ação elogiável e os parabéns), citando exemplos, demarcaram alguns locais, para idosos, gestantes e deficientes físicos, que possuem ou vão de carro, quando forem fazer compras, pagamentos, ou sacar dinheiro nos caixas-rápidos. Estamos bobo de ver pessoas não-idosas tomarem a vaga de quem tem preferência pela idade, pelo estado de gestação, ou pela deficiência física. Se são flagradas, na ocasião, olham-nas com a maior “cara-de-pau”, como a dizer: “A vez é dos mais espertos e que se dane o resto.” Quanta falta de vergonha e de educação!
Presenciar cenas de total desrespeito aos habitantes idosos, gestantes e deficientes físicos, de determinada localidade, não deve pegar bem para quem nos visita. Nada de espertezas, na vida, pensando alguém somente em levar vantagem em tudo.
O que ficou dito, acima, é válido para os turistas, quando visitam nossos pontos turísticos e ambientes comerciais, como Shopping Center, teatros, museus, mercado central, lojas da Emcetur etc. Ser educado e respeitar as leis é sinal de cidadania e conta pontos positivos, para qualquer polo receptor, no Brasil e nos países estrangeiros. É bom atentar: a primeira impressão é que fica na mente e, se for negativa, torna-se difícil desfazê-la.
Antonio José de Oliveira
Presidente em exercício da Abrajet-Ceará
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