Carlos Casaes ABRAJET-BA |
Já faz algumas décadas quando, na militância da ABRAJET - Associação Brasileira dos Jornalistas de Turismo – aquela época marcando positivamente no cenário brasileiro - pude entrar para a história dessa atividade no país: testemunhava os primeiros passos de uma realização que, conduzida por duas autênticas e idealistas "guerreiras, viria a se constituir, a cada passo no maior evento do turismo nacional, como iniciativa privada.
O encantamento de Gramado foi o cenário eleito. O arrojo do empreendimento mostrava-se a nu pela dosagem de ideal, consubstanciado na perfeita concepção de que o turismo deveria ser visto como uma das ferramentas mais autênticas e valiosas para o desenvolvimento da economia nacional. .A corajosa iniciativa, até certo ponto, chegou a surpreender a alguns. Enquanto as ações mais arrojadas no país circunscreviam-se prioritariamente a Rio de Janeiro e São Paulo, conquanto o Congresso da ABAV ainda fosse itinerante, Marta Rossi e Silvya Zorzanello jogavam todas as suas fichas na longínqua Gramado, lá na encantadora e distante Serra Gaúcha.
De começo, foram poucas as adesões efetivas. Como ocorre em todas as iniciativas modestas, embora impetuosas, não foram poucos os que olharam de soslaio, sem bancar a crença em iniciativa tão corajosa. Lembro mesmo que daqui, da minha Bahia, não vislumbrei, de pronto, muita fé no projeto. No entanto, a força do convencimento das suas criadoras fazia por subsistir, ainda que em clima de modéstia, a materialização da ideia. Não será, por sinal, demasia a constatação de que um apoio praticamente incondicional emergiu também dos profissionais especializados da comunicação. Houve como uma simbiose, amalgamando a caminhada do projeto às necessidades daquela categoria em encontrar momentos de concentração. A ponto de constituir permanente programa o encontro da entidade especializada no seu calendário anual.
A cada ano, o que se testemunhou, foi um crescendo de adesões. A partir das entidades dos diversos segmentos, tanto quanto dos organismos oficiais de Municípios e Estados e, o que já hoje espanta, diante do sucesso absoluto, de nações diversas. A esta altura, o que se vislumbra é a presença assegurada de dezenas de países que enriquecem a promoção e permitem a sua globalização, como de resto, deve ser contemplada a atividade.
Uma das guerreiras deixou o palco, é verdade. Nem por isto aquela que passou a assumir o peso da responsabilidade, deixou de contar com o apoio e presença de afins, tanto quanto debruçada na inspiração que a ausência da companheira motivou. Hoje, o FESTIVAL DE TURISMO DE GRAMADO é um autêntico "case" de sucesso (conquanto não me atenha muito às expressões alienígenas). Comungam o mesmo desiderato as empresas privadas, as instituições oficiais, os técnicos e profissionais, direcionados a realização do que este país tanto carece: coragem de investimento em iniciativas ousadas
Mais que uma realização vitoriosa, o FESTIVAL DE TURISMO DE GRAMADO é um exemplo de idealismo, de coragem, de visão pragmática.
Carlos Casaes – Jornalista/BA
Ex-presidente da Abrajet Nacional
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