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sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

A BAIANIDADE E A CRISE DO TURISMO BAIANO

Carlos Casaes - Abrajet BA
A BAIANIDADE PARA JOÃO UBALDO - João Ubaldo Ribeiro foi um intelectual da última atualidade baiana. Neste mês de Janeiro estaria completando 76 anos. Deixou-nos, pois, ainda prematuramente. Mas nos deixou, porém, ao lado de uma obra gigantesca em qualidade, uma fantástica definição da baianidade.
“Em terras baianas deu-se uma mistura esplendorosa e fecunda, original e única de raças, crenças, costumes, falas, hábitos, gostos e aparências. Isto é precioso e raro e forte e delicado ao mesmo tempo. Nós, baianos, somos os detentores – e temos o dever de também sermos os guardiães – dessa magnífica singularidade. Não somos brancos, negros ou índios, somos baianos. Não pertencemos, no maior rigor da palavra, a nenhuma religião, nem mesmo somos ateus, somos baianos. Não pretendemos ser melhores que ninguém. Mas somos baianos”.
TURISMO EM BAIXA - Todas as grandes lideranças do turismo baiano estiveram reunidas com o Secretário Municipal de Turismo, Cláudio Tinoco, e com o Diretor da Secult, Barreto Júnior, no Café-Teatro Rubi do Sheraton Bahia. Na oportunidade, foi procedida uma avaliação dos últimos resultados obtidos pela atividade, sobretudo em Salvador, carro-chefe no Estado.
Os números são adversos aos interesses da comunidade turística na “boa terra”, tanto assim que, em 2016, ainda considerando a excelência do verão, a ocupação de leitos na hotelaria fechou o ano com média de apenas 50,55%, a mais baixa dos últimos cinco anos, segundo a ABIH-Ba.
Para este ano, as perspectivas não são diferentes, malgrado a alta estação e o Carnaval no fim de Fevereiro. É que a baixa estação estará se iniciando em 1º de março com a Semana Santa.
TAXA ABAIXO DO PONTO DE EQUILÍBRIO - Para que os hotéis alcancem um equilíbrio em suas contas, empatando receita e custos, é indispensável que a ocupação atinja, pelo menos, 60% a 65%. Somente a partir daí se pode pensar em resultados positivos. Porque esse é o custo operacional de qualquer unidade hoteleira.
FALTA PROMOÇÃO - A comunidade turística baiana, pelas suas lideranças, alertou aos dirigentes municipais de que a estratégia indispensável para que seja alcançado um resultado positivo no turismo, sobretudo de Salvador, é indispensável a promoção agressiva dos destinos.
E isto so é alcançado com planejamento que, inclusive, explore o fortalecimento do calendário de eventos que são realizados anualmente na cidade durante o ano. Com esse enfoque, é possível reverter a condição adversa da sazonalidade.
CENTRO DE CONVENÇÕES UMA AUSÊNCIA IRREPARÁVEL - O atual Presidente do Conselho Baiano de Turismo, que também é dirigente da ABEOC, evidenciou a falta que faz a ausência do Centro de Convenções, e o que é pior, a ausência de definição pelo Governo do Estado, o que cria uma perspectiva negativa.
Com a falta de definição sobre o CC, Salvador padece da ausência dos grandes centros de atração dos congressos nacionais e internacionais. Porquanto, é elementar que esse é um fator indispensável para o equilíbrio sazonal.
ESTADO ESTÁ PERDENDO RECURSOS - A estimativa da comunidade turística baiana, através do Salvador Destination, indica que deixaram de ser injetados na economia baiana, entre Dezembro de 2013 e de 2016, um valor de cerca de R$600 milhões, tão-somente resultante dos gastos pelos congressistas eventuais.
Foi lembrado de que, em dezembro, completaram-se dois anos de que o Governador do Estado prometeu um novo Centro de Convenções que, até o momento, sequer teve definida a sua localização.
Dentre as lideranças do turismo baiano que participaram do encontro com o Secretário e Diretor do Turismo de Salvador, destacaram-se Roberto Duran, atual Presidente do CBTur, Paulo Gaudenzi, Presidente do Salvador Destination, Glicério Lemos, Presidente da ABIH-Ba, e Sílvio Pessoa, Presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação.

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