APOSENTADOS
Convencionou-se que o dia 23 de janeiro deveria ser dedicado ao aposentado. Uma ideia feliz, pois creio que tomada para homenagear quem se dedicou ao trabalho por anos seguidos, merecendo ser recompensado no dealbar de vida que lhe resta. Assim foi até agora. Tudo indica, porém, que aposentadoria será uma pesadelo para os que ainda estão trabalhando. Sob o argumento de que a Previdência está quebrada e no futuro não haverá condições de pagar os que desejarem usufruir de um direito adquirido através de um trabalho de 30/35 anos quase sempre desgastante, o Governo está empenhado até o pescoço em mudar as regras. Impõe, de modo geral, que os trabalhadores, homens e mulheres, paguem o pato pelos erros de administrações temerárias, de uma política desastrada de até então. E conta para isto com a ajuda de deputados e senadores, logo eles, bem de vida com os seus polpudos salários e mordomias mil. Do jeito que vai, ainda este ano as regras para a aposentadoria, a exceto de algumas classes privilegiadas, serão uma morte lenta, uma tortura, um aceno de coruja para os “pé na cova”. Lamentava-se o grande Cícero, no Senado romano, dos tempos e dos costumes. Que diria agora o notável orador?
NORMAS MAIS HUMANAS – Desde a época, mesmo ditatorial, de Getúlio Vargas o trabalhador vinha sendo reconhecido. A Consolidação das Leis Trabalhistas, a famosa CLT, com todos os senões, concedeu direitos dos que, em fainas diárias, estavam construindo a grandeza da pátria, mas sem a devida contrapartida. Outras conquistas, através dos anos, vieram. Umas talvez até exageradas, mas todas procurando o bem estar da classe trabalhadora, dos que anos a fio são partícipes no progresso do País. Que se arrume a casa, é justo, Mas não é matando alguém que se corrige o crime. Reforme-se as normas reguladoras da Previdência com justeza, não sacrificando, porém, o indefeso trabalhador, que sempre contribuiu, às vezes até injustamente, para ter um amparo na velhice. Que os senhores do Governo, do Congresso não pensem só em si, pelo constatado todos bem, obrigado. A hora exige que o brasileiro seja respeitado. Ninguém recebe chicotadas e depois aplaude o torturador. Mais cedo ou mais tarde, sem dúvida, o revide virá. A forma é que não se sabe
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