Pesquisar este blog

sexta-feira, 25 de maio de 2018

TURISMO NÃO É CUSTO, É INVESTIMENTO

Em pleno século XXI, ainda há quem exista, e proclame, que as administrações públicas não devam comprometer permanentemente orçamentos com recursos destinados ao turismo. Em semana anterior, publiquei nesta página notícia na qual informava ter o CBTur, Conselho Baiano de Turismo, enviado à Câmara de Vereadores de Salvador proposta destinada a assegurar intenções e recursos para essa atividade. Fato que demonstra a lucidez daquela instituição.
Estranhamente, surgiram críticas àquele documento pelo fato de constar a proposta de inclusão, impositivamente, nos orçamentos de dispositivo que destine, de forma permanente, um percentual dos recursos municipais para serem investidos no turismo.
Surpreendi-me pelo fato de estranhar que, críticos profissionais desconheçam a extensão da importância do turismo para municípios, estados e países. Ao entender que o fato de se assegurar uma parcela do orçamento público para destinação ao turismo seja onerar os recursos em prejuízo de outras atividades, a exemplo da educação, e por aí.
“Santa ignorância”. Ao desenvolver tal tese, quem assim reciocina entende ser o turismo um custo pesado, que pode comprometer os orçamentos públicos, em prejuízo de outros segmentos. Essa tomada de posição demonstra, sim, total ignorância para o fato de que os recursos destinados ao turismo não podem ser catalogados como “custo” e sim como “investimento”.
E altíssimo investimento.
Desconhecem que o turismo representa para o PIB dos municípios e dos estados (evidentemente vocacionados para a atividade) uma participação em percentuais altíssimos, como, na realidade, ocorre, por exemplo, com Salvador e com a Bahia, da mesma sorte que em outros municípios deste e de inúmeros outros Estados.
Não fazem idéia de que há uma complexa cadeia produtiva que envolve quase todas as demais atividades econômicas, o que, em síntese, gera renda, consideravel renda, e emprêgos, significando que contribui decisivamente para o desenvolvimento crescente da economia local.
E mais, que o recurso empregado em busca de contribuir para a aceleração do desenvolvimento do turismo tem uma resposta, praticamente, imediata, o que não ocorre com a maioria dos segmentos da economia. Bem assim de que é a melhor relação “custo/benefício”, porquanto o investimento de recursos em toda a cadeia produtiva é o menor em comparação com as demais atividades, a exemplo da indústria.
Logo, com o menor investimento, o turismo dá a resposta mais significativa e mais rápida, o que equivale a engordar a arrecadação e, por conseqüência, enriquecer o patrimônio público. Não é necessário ter a qualificação universitária na área econômica para perceber essas verdades. Basta que se analise com racionalidade esta relação.
Questões como esta são responsáveis pelo país ainda desdenhar de um maior desenvolvimento econômico. Bastaria que se tomasse como ponto de partida para uma análise racional a comparação com outras nações. Nem há necessidade de que se tenha por exemplo uma Espanha, mas simplesmente alguns países menores da América Latina.
E não se pode imputar a essas nações um retrocesso em relação a outras atividades essenciais, como a educação pública. Estamos ainda “engatinhando” no particular, pois tanto o que investimos como o que arrecadamos, por consequência, no turismo, encontra-se muito aquém daqueles países.
E, por evidente, como consequência dêsse tipo de interpretação absurda, o que tem afastado a maioria das administrações pública do comprometimento com a atividade, as nossas estatísticas são, veradeiramente, vergonhosas em face do nosso potencial largamente reconhecido.
Tudo decorre do fato de politicamente, entender-se – de forma equivocada – de que o turismo não gera voto. Mas a Bahia, em passado recente, já deu larga demonstração de que o turismo gera, ao lado do desenvolvimento econômico, prestígio político. O raciocínio estreito, porém, mantém a visão vesga e tenta justificar a omissão.
Enquanto isto, permanecemos em “marcha lenta", o que nos distancia de tantos outros países que raciocinam com mais acurada inteligência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário