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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

CALEIDOSCÓPIO - AS AÉREAS NA BERLINDA

O desabafo foi do presidente da Embratur, Flávio Dino, no último dia 25, na  Comissão de Turismo e Desporto da Câmara:  "O que as companhias aéreas estão fazendo no Brasil? Reduzindo a malha aérea, submetendo os passageiros a uma situação de desconforto e humilhação, com tarifas abusivas, um sistema de monopolização do mercado e ninguém pode reclamar. Claro que nós devemos [reclamar], exatamente porque o nosso ofício depende dos turistas". Na avaliação, foi fiel o presidente, traduzindo o que pensam os brasileiros em relação  a um setor que é da máxima importância para o crescimento e sustentabilidade do turismo. O Ministério do Turismo, a Embratur, aliados ao empresariado e à mídia, não se pode negar, têm feito o que é possível para inserir o Brasil, de fato, como um destino turístico mundial. Entre os muitos obstáculos para que isto até agora não tenha sido alcançado deve-se a vários fatores, com peso muito grande recaindo, também, sobre o governo nos seus diferentes graus. Uma das queixas no caso da aviação comercial recai sobre o alto custo dos combustíveis, os impostos e até as taxas cobradas pela Infraero. Têm certa razão as empresas do ramo, mas por causa disto não é possível que tratem seus clientes, os imprescindíveis passageiros, com tamanha falta de respeito. O serviço que outrora em certo sentido era melhor prestado pelas aéreas agora está de baixa qualidade. É um desconforto só suportar uma viagem de 50/60 minutos para São Luís ou Recife sentado numa poltrona já “cansada”, acotovelado ao lado de outras duas. Pior ainda para quem está no assento do meio ou ao lado da janela quando necessita de ir à toalete. Meu Deus, e as pernas espremidas!  Calcule-se o sofrimento de quem  viaja a um destino de duas, três ou mais horas, como é o caso de quem vai a Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo ou aos estados do Sul. O serviço de bordo, tirante, é claro,  ao bom atendimento da tripulação, é cada vez  pior. Ah! que saudades dos velhos e bons tempos em que as refeições eram de qualidade e até whisky de boa lavra estava à disposição do passageiro! Agora, é preciso sair de casa “forrado”, pois durante a viagem a comissária gentilmente oferece o famoso saquinho de amendoim, ou o pacotinho com dois biscoitos, regados com coca-cola comum, light, suco de laranja ou pêssego e água. Algumas companhias oferecem, pagas, opções de sanduiches, cervejas e refrigerantes. E os horários de voo? E por aí vai o atendimento. Não há por onde escapar. . O passageiro de avião está entregue à própria sorte. Daí a preocupação.  A Anac e os demais órgãos que lidam com o setor certamente já deveriam ter se antecipado com medidas acauteladoras. Mas nunca é tarde.

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