Belo Horizonte está prestes a receber de volta o antigo Cine Teatro Brasil. A casa de espetáculos é uma das mais antigas do Estado e passa por um processo de revitalização que já dura cinco anos. Fechado desde 1999, quando os cinemas de rua perderam espaço para os shoppings, o local será transformado no V&M Brasil Centro de Cultura, e vai modificar a paisagem da Praça 7. O prédio é tombado como bem cultural pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). Quando inaugurado, terá as salas mais antigas em uso na capital. O grande desafio do projeto foi acrescentar a tecnologia atual sem perder a história da década de 1930, A fachada já foi finalizada e exibe para os belo-horizontinos uma prévia do tradicional Cine Brasil, em versão modernizada. O prédio, que há anos recebia espectadores, hoje é frequentado por uma equipe de arquitetos, engenheiros e eletricistas. Tanto trabalho, no final, além da sala de cinema e teatro, vai render outros atrativos, como cafeteria, galeria e museu.
EXPOSIÇÃO DE PORTINARI- A ansiedade vai durar pouco menos de um mês. Em 8 de outubro, as portas serão abertas ao público com a exposição Guerra e Paz, de Cândido Portinari, composta por dois imensos painéis de 140 m² cada (10 metros de largura x 14 metros de altura), expostos no palco principal. Juntas, as peças pesam mais de uma tonelada. A dimensão equivale quase ao dobro de um apartamento de dois quartos. Pelo tamanho majestoso, o palco do Cine Theatro Brasil, com 22 metros de pé direito, foi o único espaço em Belo Horizonte selecionado pela curadoria da exposição para recebê-la. Além dos painéis, serão apresentadas obras de arte relacionadas ao tema, assim como estudos feitos por Portinari, na década de 50, para compor as telas. Esse “complemento” será exposto em um novo salão, construído acima do antigo telhado do prédio, graças a tubos de aço.
A exposição Guerra e Paz, de Cândido Portinari estará a mostra no Cine Theatro Brasil pela empresa e dona do prédio, foram investidos R$ 53 milhões na reconstrução, sendo R$ 29 milhões da Lei Federal de Incentivo à Cultura e R$ 24 milhões próprios. Ficará aberta até 24 de novembro, com entrada gratuita, entre 10 e 19 hora.
As telas gigantes foram pintadas a pedido da Organização das Nações Unidas (ONU), entre 1952 e 1956, e instaladas no hall da sede, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Em 2010, durante uma reforma no espaço, as obras excursionaram no Brasil pela primeira vez. Já passaram pelo Rio de Janeiro e por São Paulo. No ano que vem, deverão voltar aos EUA.(Sergio Moreira - Abrajet-MG)
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