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sexta-feira, 28 de março de 2014

CALEIDOSCÓPIO - A VIOLÊNCIA E O TURISMO / RELIGIOSO SÍMBOLO DE UMA METRÓPOLE

A VIOLÊNCIA E O TURISMO

Está ficando paulificante repetir tantos comentários sobre a violência que, com toda a força, tomou conta do Brasil. Não desejava voltar a falar sobre tão degradante tema. Não foi possível. Na segunda-feira, 24, jornais noticiaram com destaque ter sido o último final de semana o mais violento deste primeiro semestre. Nada menos de 39 pessoas foram assassinadas na Região Metropolitana de Fortaleza. Mais ainda, conforme dados da própria Secretaria da Segurança do Estado, até o dia 19 de março ocorreram 1061 crimes violentes (homicídios, latrocínios e lesão que tenha levado a morte). No “Fantástico” da  GLOBO, programa dominical que atinge expressivo número de assistentes  em todo o país, noticiava-se que Maceió e Fortaleza, esta uma das doze sedes de jogos da Copa do Mundo de Futebol, eram, respectivamente,  a segunda e a sétima cidades mais violentas do Mundo. Quase impossível haver  propaganda mais negativa do Ceará e de sua capital do que os fatos narrados. Ofuscam de maneira contundente o esforço empregado para nos projetar como um dos destinos turísticos da maior atração. Adiantam a construção do Centro de Eventos, da Arena Castelão, de vias para melhorar a mobilidade do púbico; a intenção de requalificar as avenidas do litoral, de se construir um aquário referência mundial ou o esforço dos empresários de hotelarias, restaurantes e barracas de praia em otimizar os serviços que prestam?  Não cairá  no vazio o trabalho  de promover o Ceará nos grandes eventos nacionais e internacionais? Claro que não deixaremos de ser, de qualquer forma, uma referência no turismo nacional. Mas nos atuais tempos, o desgaste é  muito grande. Para teste, principalmente para os responsáveis pelos destinos do Ceará, de Fortaleza, junho e julho estão aí com os jogos da Capa. E o depois, também. 

RELIGIOSO SÍMBOLO DE UMA METRÓPOLE

A segunda-feira  última (24)  marcou os 170 anos de nascimento do Padre Cícero Romão Batista, uma das personalidades mais marcantes  não apenas do Cariri como  da história do Ceará. Tendo como berço de nascimento a cidade do Crato, o destino o  levou,  logo nos primeiros anos do seu sacerdócio, a fixar residência na então cidadezinha de Juazeiro, parte da região caririense ainda com pouca expressão. Trabalhador, carismático, corajoso e com uma visão larga de futuro, aos poucos o Padre Cícero angariou o respeito do povo, que o enxergava não apenas como o religioso fiel aos ensinamentos da Igreja mas sobretudo como um líder que trabalhava intensamente em favor dos mais pobres e principalmente o homem de visão capaz de conduzir a cidade a horizontes maiores. Não obstante o reconhecimento do povo, não  faltaram percalços na  vida do sacerdote. De espírito forte, sem abdicar da condução de suas “ovelhas”,  enfrentou momentos difíceis sempre com altivez, a maior delas a perseguição da própria cúpula da Igreja Católica da sua diocese, do Ceará e do Vaticano. Foi obediente aos seus superiores hierárquicos mas não se abateu e continuou a sua missão, cada ano mais reconhecida. Político que se fez respeitar, defendeu e traçou o caminho para que Juazeiro chegasse ao que é hoje: uma metrópole que se destaca não apenas no  cenário do Nordeste, mas de todo o Brasil. Meca de peregrinações o ano inteiro, turismo religioso base para a  vertiginosa caminhada para o progresso,  a cosmopolita  Juazeiro do Norte ainda hoje respira e vive do legado do Padre Cícero, santo para grande massa de nordestinos, que esperam para breve, finalmente, o reconhecimento também da Santa Sé

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