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sexta-feira, 20 de março de 2015

CALEIDOSCÓPIO - NOS TEMPOS DA LBA...

NOS TEMPOS DA LBA...
Chega de tanta notícia ruim. Nos jornais, nas rádios, TVs, blogs enfim em todos os meios de comunicação a cantilena é uma só: Lava-Jato, Petrobrás, corrupção, prisão de gente apontada como envolvida em trapalhadas. A rotina está cansativa. O pior, cada lado puxando brasa para sua sardinha. Sinceramente, é notório que ninguém pensa no Brasil. Portanto, estas mal traçadas linhas dá uma trégua em tanta trapalhada e hoje envereda num passado que deixou saudades. Tempo em que tínhamos de atender a dois expedientes como servidor da Legião Brasileira de Assistência, entidade ímpar em assistência social, especialmente para os menores de até seis anos de idade. Ao lado da saudade, a indignação pela extinção da Fundação,  órgão exemplar e que realmente  cumpria quase como sacerdócio a sua função em benefício das crianças brasileiros mais carentes, nos mais longínquos rincões do País. As boas tiradas e os “causos” entremeavam com a rotina do trabalho. No final do expediente das sextas-feiras, estavam juntos os que gostavam de homenagear Baco e passar momentos alegres no Bar do Peixoto contando suas  engraçadas estórias e ouvindo as boas canções de Nelson Gonçalves, Orlando Silva e o pessoal que realmente sabia cantar e não gritar. Impossível é esquecer a figura do Artuzinho, um baixinho afável, sempre sorridente, mas,  dizia-se,  ter sido expulso do Exército porque fazia continência com a mão fechada. Ele mesmo conta que, certa feita, foi a um posto de gasolina no seu “fusquinha”. Lá pediu que o bombeiro pusesse cinco reais de gasolina no tanque do carro. Feito o trabalho, ele próprio contou, o empregado do posto, após fechar o tanque do carro, entregou-lhe a chave e perguntou: “O senhor vai viajar...”. O Manoel  Grangeiro,  um amigo caririense, de Milagres e que até hoje cultiva o sorriso largo, sempre tinha e tem o que contar. Dois dos seus” causos” ainda hoje me deliciam. O  primeiro, diz ele, aconteceu o Juazeiro do Norte. O doutor Mozart, intelectual, ex-prefeito do município e pessoa amável, contudo um “gozador” contumaz, certa vez forneceu um receita a um coitado doente e o mandou que  fosse à  farmácia do Enéas, seu velho amigo, para adquirir o remédio. Diante da receita quase ilegível, o farmacêutico  falou para o paciente: “Volte e diga àquele cabra vei que escreva direito, pois ninguém sabe o que ele  diz nestes garranchos”. Humildemente, o homem voltou ao médico e informou que o farmacêutico não conseguira lê a receita e que escrevesse direito. Sem se apoquentar,  dr. Mozart pegou a receita, procurou de todo jeito lê o que tinha escrito, mas não conseguiu. Então, virou-se para o doente: “Olhe, na hora que escrevi sou Deus e eu sabia o que era pedido. Agora, amigo, só Ele sabe”. Outra do Grangeiro que sempre me divertiu. Contava que um velho fazendeiro das bandas de Sobral foi visitar outro companheiro da mesma idade, em fase terminal de vida. Quando adentrou o quarto em que estava o amigo, na sua rude e alta voz, disse-lhe: “Tá amofinando, compadre, você ainda vai viver mais uns vinte anos”. Num esforço supremo, o pobre moribundo respondeu: “Só se for salgado...”.  Pois é,  com estas recordações jocosas  tento agora deixar um pouco de lado o momento brasileiro em que vivemos. Saio da rotina para as boas lembranças. Perdão pela pieguice...

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