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sexta-feira, 31 de julho de 2015

CALEIDOSCÓPIO - PERDE MEMÓRIA A GENTILÂNDIA / LÓGICA DE SUPERMERCADOS

PERDE MEMÓRIA A GENTILÂNDIA
Um registro que faço com muita tristeza e maior saudade. O Chagas reuniu os familiares e  os  amigos e anunciou que, a contragosto, estava fechando o seu tradicional bar, a última e agradável referência da Gentilândia. Nada menos do que 59 anos de duro, mas agradável batente. À primeira vista, parece um fato comum, mas não é. O Chaguinha, piauiense de Batalha, estabeleceu-se na esquina da rua Padre Francisco Pinto com a João Gentil  na década de 1950, diante do “seu” Joca,  ao lado do bar do Beto, duas  outras excelentes referências da “cidade” construída pela família Frota Gentil. Novo, trabalhador incurável,  ao lado da esposa Aradene e dos filhos Chico e Vanda, foi aos poucos construindo seu império de amigos. E é porque não se “abria” para todo mundo. Cara dura, mas atencioso e  cavalheiro, tratava seus frequentadores com respeito, sendo até compreensivo com o pessoal do “pendura”. Gradativamente a clientela foi crescendo e ficando dia a dia mais  selecionada. Em momentos de descontração, lá iam de desembargadores a  juízes, médicos, advogados, professores, jornalistas e pessoas outras de respeito, mas sem títulos maiores, todos sedentos de uma boa conversa.  O Chagas não era receptivo  para quem não prestasse. Bebo inconveniente sabia que lá não era atendido. Com sua postura de bem receber, sem “rapapé” para ninguém, foi se tornando uma legenda da Gentilândia. Com a morte do seu Joca, mudou-se para onde o comerciante de Lavras da Mangabeira se estabelecia, local maior e com mais possibilidade de abrigar os fregueses. O  negócio cresceu, os amigos e frequentadores aumentaram. Quem se furtava, durante os “papos”,  de beber uma “gelada”, trocar ideias e tirar gosto com a panelada ou a língua ao molho feitas pelas mãos mágicas de Dona Ariadne? Como tudo tem seu tempo certo, o Chagas, na reunião de despedida,  explicou que saia de campo, juntamente com a mulher,  pois a idade dos dois  já  não ajudava a continuar prestando um serviço de qualidade. O degas  aqui, que morou por cerca de 20 anos no então melhor e mais pacato bairro da cidade,  velho companheiro do Chagas e de sua família, sentimentalmente sentiu com o encerramento das  atividades de um local que lhe proporcionara tanto prazer. Revejo no filme do passado os amigos Airton Castelo Branco, Luiz Gualter, o Melé, o Newton Brasileiro, o Tarcísio Pessoa, o Lacerdinha, o Babi, enfim tantos amigos, uns poucos ainda teimosamente ainda por aqui,  no Planeta Terra.  Entendendo o motivo da saída estratégica do ambiente que era a vida do Amigo, lamento que a Gentilândia de hoje, cercada de violências,  já não é a mesma ilha de amizades  de décadas passadas. Sem dúvida, o bairro  ficou ainda mais pobre ainda com o encerramento das atividades do seu último bastião referencial.  
LÓGICA DE SUPERMERCADOS -  Supermercados que comercializam produtos eletrodomésticos e outros produtos em Fortaleza são muito bons nos marketings mas não atendem com presteza na entrega do que foi adquirido. O prazo de entrega da compra, em geral, é de dez dias úteis, o que é um abuso. Sabe-se que em  São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte as firmas por lei têm no máximo quatro dias para levar o produto adquirido à residência do comprador. Por aqui, parece que não há uma legislação específica  para o assunto. O mais engraçado é que os comerciantes  consideram dias úteis de segunda a sexta-feira,  a conhecida “semana inglesa”. Mas ficam seus estabelecimentos  abertos, comercializando e  usando os empregados nos sábados e domingos. Dois pesos e duas medidas. Em muitos  casos, nem nos tais dez dias úteis a mercadoria é entregue.  Outro fato relacionado a supermercados que também não compreendemos. Desejando agradar os clientes, os fidelizados, promovem até bons descontos. No Pão de Açúcar  os portadores do seu cartão podem indistintamente pagar o que foi adquirido com desconto na hora, com dinheiro, ou deixar para fazê-lo no final do mês. No Carrefour, porém,  se o seu fidelizado desejar ter desconto no preço do produto de uma promoção é obrigado a usar o cartão para pagamento posterior. À vista, nem pensar. Estratégias bem distintas, não acham?

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