Nos tempos de banco escolar nos ensinaram que a nossa Língua Portuguesa nada mais era do que o Latim modificado através dos anos. Regras e mais regras nos apontavam como se dava a modificação. Por exemplo, que, na evolução, palavras latinas tinham suprimidas as consoantes intervocálicas. Antes, os professores explicavam a diferença de língua e linguagem, dando conta finalmente do elo mais evidente que marcara a parte final da mudança, o galaico- português. Comentavam os mestres as teorias pelas quais o falar, a pronuncia de uma mesma língua se diferenciava de acordo com a região, dizendo que para tanto influenciavam a raça, o meio geográfico e o momento político. Daí os regionalismos, daí os subdialetos. Dada a longevidade e a consequente perseguição do Alemão, não agora não temos firmeza se era isto mesmo que os mestres passaram para nossa cachola. O adendo vai por conta de que,nos dias de hoje, muito titubear temos em relação a comezinhas regras de concordância, regência e colocação. Às vezes, até ficamos em dúvida quanto à grafia de algumas palavras. Coisas de velho. Voltemos, porém, ao fio de meada. Mesmo sabendo que a língua de um povo tende a se modificar, estamos perplexos diante da vertiginosa corrida evolutiva que vem acontecendo no Brasil a respeito da nossa “Última flor do Lácio, inculta e bela”, a partir da última metade do século passado. Devagar, o linguajar mais apurado foi acrescentando novidades, neologismos que não conseguimos destrinchar. As novas descobertas e tecnologias têm uma maneira própria de expressar ideias. A mocidade, como em todos os tempos, se comunica à sua maneira, usando palavras e expressões renovadas a cada instante. A Web ou Net, os Iphones ou smartphones , os Ipad ou tablets, os Whatsapp e Facebook, enfim os aplicativos e produtos tecnológicos da vida são formas de comunicação que estão transformando o mundo aceleradamente. Fácil para a geração de agora, mesmo para os menininhos, pedras no caminho dos mais idosos. Nada a fazer, a não ser pedir aos filhos, netos e bisnetos que resolvam a situação quando ficamos encrencados. A língua portuguesa dos nossos bons tempos está ficando para trás ao sabor dos novos tempos. É a vida. Como em muitas ocasiões não captamos integralmente o que lemos, ao lado de que são tantas as notícias ruins, talvez até concordemos com o que pregou na sua “Grammatica pelo Methodo Confuso”, em 1928, o irreverente médico carioca José Madeira de Freitas, com pseudônimo de Mendes Fradique: “Lingua é um musculo chato, muito movel, com uma ponta presa e outra solta. E ahi é que está precisamente o grande mal da humanidade; se a lingua tivesse as duas pontas presas, quantos males se não evitariam, no genero humano?”
Nenhum comentário:
Postar um comentário