Antônio José de Oliveira |
Há quem diga ser missão fundamental do jornalista de Turismo abordar, exclusivamente, o lado positivo desse segmento econômico, isto é, divulgar os atrativos de determinado polo turístico, seja emissor, seja receptivo. Não importa que se venda algodão por veludo e, ao bom entendedor, meia palavra basta.
Difícil mesmo, para quem escreve sobre atividades turísticas, fazer críticas, quando percebe que nem tudo anda às mil maravilhas. É que as pessoas, sobretudo envolvidas com o setor, somente querem tomar conhecimento do que lhes seja vantajoso, independentemente do que possa acontecer em curto espaço de tempo.
Por que não mostrar, nos formatos de notícia, reportagem e artigo, o que contribui para emperrar o desenvolvimento sustentável do turismo cearense, ou mesmo brasileiro? Silenciar não significa ser omisso? Jornalista pode ser um profissional omisso? Evidente que não! Jornalista tem de ser verdadeiro. É questão de consciência, ética e de profissionalismo. Afinal, como disse Joseph Pulitzer, o fundador da primeira Escola de Jornalismo, “O Jornalismo não foi criado somente para adocicar a realidade”.
Se fazemos esse tipo de comentário, deve-se ao fato de constatar alguns senões, nos diversos segmentos do turismo alencarino, dentre os quais a exploração ao bolso dos visitantes e da população, amadorismo na prestação de alguns serviços, a pouca sinalização turística, tanto na capital, quanto no interior (litoral, serra e sertão), sujeira em recantos turísticos e, parando por aqui, na segurança pública.
Será que não devemos, como jornalista, apontar pontos negativos, no tocante à infraestrutura da cidade, na prestação de serviços etc? Claro que jamais nos omitiremos. Não somos jornalista, para agradar ao beltrano, ao fulano ou ao sicrano. Seríamos injustos, também, se disséssemos que a prefeitura de Fortaleza nada faz em benefício da população e dos visitantes. Faz, sim, senhor, porém não é o suficiente.
Vale lembrar que nosso compromisso, como articulista, é alertar os responsáveis, quer os da iniciativa pública, quer os da particular, por essa atividade econômica, para que sanem, a curto e a médio prazos, os problemas, acima mencionados, pois chegou a “alta-estação turística”. Fortaleza continua suja, inclusive nos corredores turísticos e esburacada, alguns monumentos pichados e outros senões em sua infraestrutura de suporte ao turismo.
Antônio José de Oliveira
Vice-presidente da Abrajet-Ceará
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