UM JUAZEIRO DO NORTE PULSANTE
Fazia muito tempo que não voltava ao Cariri do Ceará. Entre o final de 1940 e até 1960, até quatro vezes por ano, com alegria imensa ia à região como delegado da APCDEC para promover os jogos do saudoso campeonato Inter Municipal de Futebol, então um certame de muito prestígio e que movimentava todo o Estado. Já entre 1960 e 1970, pelos menos duas vezes por ano, enfrentava a viagem de dois dias nos gostosos trens da REFESA para aplicar os Exames Supletivos no Crato e Juazeiro. Quanto boa recordação. Depois de cumpridas as obrigações, como era gostoso participar das boas tertúlias entre amigos, muitos já no outro lado da vida, todos eles gente de fé, conceituados e boêmios de boa cepa. No Juazeiro, pontificavam o Dr. Ney, o Antônio Patu com seu lenço branco no bolso, os Coimbra, Mascote e Darim, o dr. Luiz de Souza. O competente Wilton Bezerra fazia parte da turma. Já dava passos firmes para se tornar o notável comentarista esportivo de hoje, em Fortaleza, com fama também de contador de “causos” nas manhãs de domingo, na Rádio Verdes Mares. Vivi também momentos de satisfação, no Crato, com o Ossian Araripe, os professores Damasceno e José Fernandes e o então sargento Capistrano, depois médico de nomeada, além de algumas outras pessoas de bem com o mundo. As farras na Glorinha, os banhos na serra no Chico da Cascata, os bate-papos nos bares no entorno da Praça são gostosas lembranças que nos marcaram e nos fizeram incondicionais fãs dos dois grandes e aconchegantes municípios. Agora, no dealbar dos anos, como se dizia em outros tempos, voltei a Juazeiro do Norte com o pessoal do Fórum de Turismo do Ceará, para participar da Feira do Empreendedor, vitoriosa iniciativa do nosso Sebrae. Diferente do passado, viagem de 7, 8 horas, em ônibus da Viação Girafa, inicialmente na conhecida Estrada do Algodão e depois pela CE 060, a Padre Cícero, que diminui o percurso, ambas bem asfaltadas, mas é “braba” no trecho que vai a Caririaçu.
Quanta surpresa! A terra do eterno prefeito Padre Cícero, o Santo do Nordeste, me surpreendeu pelo dinamismo, pelo avanço cultural, pela expansão do comércio e da indústria. O centro da cidade quase estava a cara dos anos em que lá estive. A diferença era o intenso movimento nas ruas dos santos, com a São Pedro se destacando, indicando que a cidade já era uma metrópole. A praça principal do mesmo jeito, mas o Hotel Municipal, inaugurado pelo então Prefeito Orlando Bezerra, não mudara de feição. Apenas saíra o afável “seu” Antônio, os tempos mudam. Fora do Centro, impressionante é a expansão da cidade. Grandes edifícios residenciais e comerciais para todos os lados, campus universitários, restaurantes de qualidade internacional na Lagoa Seca, ruas e estradas asfaltadas, chegadas e partida dos aviões da Azul, Gol e Avianca, enfim o progresso vertiginosamente se espalhando. Tive a sensação, diante do constatado, que Juazeiro do Norte não deve nada a algumas capitais e cidades importantes do Nordeste. Dai compreendi a razão de muitos empresários empreendedores e intelectuais, de Fortaleza, João Pessoa e Recife, trocarem de residência para morar em tão novo e alvissareiro “El dourado”. Não tenham dúvidas, Juazeiro do Norte vai longe...
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