ANTONIO JOSÉ DE OLIVEIRA ABRAJET/CE |
O calendário assinalou, no dia 2 de março de 2015, o Dia Nacional do Turismo. Antes de ser uma efeméride festiva (nada contra), precisa ser um momento de reflexão, por parte do trade turístico, incluindo jornalistas de turismo, sobre as atividades desse importante segmento econômico , porém não explorado, em toda a sua potencialidade, no Brasil e no Estado do Ceará. Muitas ações têm sido realizadas, todavia muito falta a ser concretizado, para se falar, verdadeiramente, em desenvolvimento sustentável e solidário do Turismo.
Na verdade, há profissionais e gestores públicos que se dedicam a conduzir as ações turísticas e contribuem para o engradecimento do setor Brasil afora. No entanto, há ainda alguns que o exploram de maneira irresponsável, sem profissionalismo, sem espírito ético e aplicando a famosa “Lei de Gerson”, colocando o lucro, acima de tudo, e quem for podre que se quebre. Um exemplo? A exploração desenfreada ao bolso dos turistas, sobretudo na alta estação, incluindo-se a péssima prestação de serviços em alguns equipamentos de hospedagem, de locomoção particular e pública, de entretenimento e lazer, para ficarmos por aqui.
Nessa data, desejamos alertar o trade turístico, dizendo-lhe que a parceria é necessária e benfazeja para a exploração (no sentido bom do termo) das atividades de um segmento econômico, que impacta mais de 52 outras, sendo responsável pela geração de milhões de empregos, além de divisas para os cofres federal, estadual, municipal e iniciativa privada. É bom que nos lembremos de que, sem parcerias, não se chega a nada de construtivo, sem falar de que Turismo que não se anuncia, esconde-se.
Se não nos falha a memória, o turismo representa, no mundo, quase 10% do produto interno bruto e cerca de 20% do total de impostos pagos, afora mais de 10% da força de trabalho. Emprega, no mundo, mais de 300 milhões de pessoas. No Brasil, estudo aponta para a consolidação do turismo como produto de consumo do brasileiro. Estima-se que os desembarques domésticos cheguem a mais de 73 milhões em 2016. Em 2014, o Brasil recebeu, apenas, 6,4 milhões de turistas internacionais e ocupava, nesse ano, a 28ª posição dentre os países receptores de turistas estrangeiros. Sua participação, no turismo mundial, naquele ano, foi de 0,56%, uma vergonha para seu potencial.
Enquanto o Brasil recebe, anualmente, menos de 7 milhões de turistas internacionais, os cinco principais países, receberam, no ano de 2014, o seguinte: França, 83,8 milhões; Estados Unidos da América do Norte, 74,8; Espanha, 65,0; China, 55,6 e Itália, 48,6. Ah! Alguns contra argumentarão, afirmando serem países muito antigos, em relação ao Brasil, e estão na “estrada-turística” há mais tempo. É uma desculpa esfarrapada, para justificar tamanha desconsideração para com o Turismo Brasileiro. Em síntese, o Turismo, no Brasil, não é, infelizmente, prioridade e pouco levado a sério. Querem provas? Vejam somente a sua ínfima participação no bolo turístico internacional: menos de 1%, gente.
Bem! O espaço é pequeno. Paramos, por aqui, para parabenizar todos os que acreditam na força econômica do Turismo Brasileiro e, em especial, do Estado do Ceará. Por último, uma pergunta da qual alguns do trade dela não gostam: Por que não se revitalizar o inoperante Conselho Estadual do Turismo. Se foi criado, é para funcionar a contento.
Ah! No Dia Nacional do Turismo, voltamos a lembrar ao “trade” que, no Turismo, não deve existir “estrelas”, quer gestores públicos, quer os da iniciativa privada. Estrelas, gente, somente no firmamento, para deleitar nativos e turistas. Vamos em frente!
Antonio José de Oliveira
Presidente em exercício da Abrajet-Ceará
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