Antonio José de Oliveira |
Viajar pelo Brasil – se observarmos as estatísticas dos fluxos de turistas – parece-nos uma opção secundária. Na verdade, o turismo doméstico (brasileiros viajando pelo próprio país) merece mais atenção das autoridades governamentais, havendo, é claro, exceções.
É bom lembrarmo-nos de que conhecer as belezas naturais e artificiais, existentes nas serras, nos sertões e no litoral do Brasil é sempre um sonho almejado por muitos brasileiros. Não nos referimos aos de baixo poder aquisitivo, pois não têm condições de custear viagens de lazer ou de negócios, mesmo em módicas prestações mensais.
Não é preciso ser “expert” em Turismo, para se chegar à conclusão de que viajar ao exterior é mais vantajoso financeira (mesmo com a desvalorização do Real) e culturalmente. E tem mais: há mais facilidades, no pagamento dos pacotes turísticos, mediante os parcelamentos dos débitos.
Afinal, conhecer países da Europa, dos Estados Unidos da América do Norte, Asiáticos seduzem mais, na opinião de muitas pessoas, do que visitar os atrativos turísticos por esse Brasil afora. É como afirma o dito popular: “Prata de casa não tem valor.”
A prova da assertiva, supracitada, constata-se, na prática, quando a maioria das operadoras e agências de viagens brasileiras trabalha, para vender pacotes turísticos, cujos destinos são países estrangeiros. O denominado turismo exportativo é, ainda, o grande filão econômico das operadoras e agências de viagens, em detrimento do turismo doméstico, apesar da desvalorização da moeda Real, frente à moeda americana, o dólar, vendido ou comprado acima de R$ 3,00.
Nós, que nos preocupamos com poucos incentivos, nos moldes dos dispensados às viagens internacionais, ficamos entristecidos e não entendemos o porquê desse desinteresse em se incentivar mais o Turismo Doméstico no Brasil. Há esforços (seríamos injustos, caso os ignorássemos), porém são pequenos, inclusive na captação de turistas estrangeiros, chegando ao absurdo de o Brasil ser superado, na quantidade de visitantes, pelo Uruguai e Paraguai.
Muitos fatores contribuem para a não-expansão do Turismo Doméstico. Vejamos alguns deles: crise política e econômica, preços de diárias e passagens aéreas elevadas; orçamento da população diminuto, alto índice inflacionário; a pouca elasticidade, nos parcelamentos das obrigações, com a compra das viagens turísticas etc.
Acrescentemos, também, a escassez de recursos financeiros para grandes campanhas publicitárias e um marketing agressivo, em todos os Estados brasileiros, que incentivem as classes de poder aquisitivo a visitar e a conhecer as maravilhas naturais e artificiais desse imenso país, chamado Brasil. É bom saber que ninguém ama o que dele é desconhecido.
Por último, um lembrete: incentivar o Turismo Doméstico é excelente negócio para todos. Vamos, caríssimos governantes, das esferas Federal, Estadual e Municipal, e empresários, acelerar o processo de desenvolvimento sustentável do Turismo Brasileiro. O Brasil é detentor de enorme potencial turístico, inclusive reconhecido pela Organização Mundial de Turismo – a OMT. Mãos à obra, gente! Os milhões, investidos na infraestrutura e na promoção dos nossos atrativos, são migalhas, se comparados aos aplicados por outros países nesse segmento econômico.
Antonio José de Oliveira
Presidente da Abrajet-Ceará
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