ANTONIO JOSE |
Fazer turismo, viajando por terra, no Nordeste e por regiões brasileiras, sobretudo, de automóvel, além de ser um sofrimento, corre-se um sério risco de se perder a vida, ou ficar com sequelas físicas, para o resto da existência, onde os acidentes de trânsito matam milhares de pessoas, anualmente, por diversos motivos, os quais passaremos a citá-los nas linhas seguintes. O sofrimento, ao qual nos referimos acima, diz respeito à má conservação de algumas rodovias estaduais e federais por esse Brasil afora.
Bem! Vamos ao que interessa. Os perigos de acidentes de trânsito começam para quem percorrer trechos das BRs, onde parte da camada asfáltica encontra-se, totalmente, danificada por falta de recursos financeiros ou descuido do Governo Federal, que deixou as rodovias federais, mormente as nordestinas, em situação precária de circulação, tanto para veículos pesados, (ônibus, caminhões, camionetas, carretas), quanto para automóveis e motos.
Não vamos ser radicais, afirmando que os acidentes de trânsito, nas BRs, ocorrem somente por causa da buraqueira (verdadeiras crateras) no asfalto. Claro que a bebida alcoólica, o cansaço dos motoristas, principalmente os caminhoneiros, o uso de medicamentos para controlar o sono, contribuem para os graves acidentes, que mutilam pessoas e as levam à morte.
Os carros velhos, caminhões, carretas, com peso além do permitido por lei, e a presença de animais, no asfalto, aliados à alta velocidade, são responsáveis, também, pelo falecimento e aleijões de crianças, jovens e adultos, de ambos os sexos, sem falar dos atropelamentos de seres humanos e animais nas estradas.
Mas, neste comentário, desejamos chamar mesmo é a atenção para os milhares de buracos nas BRs. Vamos ser justos: há trechos em bom estado de conservação, alguns recapeados e outros, apenas, sendo colocado asfalto nos buracos.
A má conservação das BRs é uma vergonha para quem trafega, diariamente, por vários recantos de nosso país. Nos territórios dos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio G. do Sul, os cuidados são maiores com a manutenção das rodovias federais. Também pudera! Estados mais ricos têm mais condições de pressionar o Governo Federal.
Mas, é desconfortável e irritante praticar o denominado Turismo Rodoviário, rumo a determinadas atrações turísticas, cujas vias de acesso são as Brs - digamos 020, 222 e 116, para citar as mais conhecidas por este articulista. No Ceará, no tocante às estradas estaduais, a maioria está em boas condições de tráfego, principalmente as de acesso aos pontos turísticos do interior, em direção à orla marítima, aos sertões e às serras.
Ante o exposto, dá vexame mesmo percorrer quilômetros e mais quilômetros, por rodovias esburacadas, onde, às vezes, os veículos automotores são obrigados a trafegar pelo acostamento, para se desviar dos buracos, nos trechos em que o mato não o invade. Se, por ventura, no acostamento, estiver pedestre ou bicicleta circulando, então o jeito é passar, devagarzinho, pelos buracos, ou esperar que se afastem das suas imediações.
Agora, se nossas rodovias fossem conservadas e se houvesse bons pontos de apoio, como restaurantes e meios de hospedagem etc., o fluxo de turistas, circulando pelos locais turísticos de nosso país, seria expressivo e o número de acidentes de trânsito diminuiria muito. Chegaremos a uma situação satisfatória? Por incrível que possa parecer, ainda nutrimos essa esperança, por ser otimista e pensar sempre grande.
Antonio José de Oliveira
Presidente da Abrajet-Ceará
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