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sexta-feira, 25 de novembro de 2016

CALEIDOSCÓPIO - TEMPOS DIFÍCEIS

TEMPOS DIFÍCEIS
Não há notícias de que o povo brasileiro tenha atravessando tempo de tanta dificuldade como a que estamos vivenciando no momento. É verdade que nós nordestinos já comemos o pão que o diabo amassou, principalmente nos períodos agudos de seca, quando retirantes ou mesmo os que por aqui ficavam morreram de fome ou de sede. Os relatos sobre as grande secas, como as de l888 e 1915, são dolorosos. Também a crise mundial de 1929, a chamada Grande Depressão, nos afetou em cheio, ocasionando grandes transtornos.  O país não tinha estrutura para enfrentar as calamidades nem as dificuldades financeiras. Mas, pelo que se sabe, pelo menos as autoridades de então se portaram dentro da razoabilidade possível. Nestes últimos anos, porém, o quadro é diferente. A crise de agora, além de econômica e financeira, é sobretudo moral. Estamos diante de uma situação que desanima, não se sabendo aonde chegaremos, mesmo com os acenos do atual governo que se instalou. Apeou-se a presidente Dilma, acusada que foi de haver cometido deslizes na condução financeira do País, previstas com a adoção do impeachment na Constituição Federal.Com grande impopularidade, assumiu a presidência da República o vice, Michel Temer, que se acercou de alguns ministros apontados na famosa Lava-jatos, o que forçou suas demissões. E agora há o caso de o seu ministro Gedel Vieira Dantas, que teria praticado o tal tráfico de influência, motivo alegado por um ministro para solicitação do seu afastamento do cargo que exercia. Insinua-se que o próprio presidente atual, aqui, acolá, também tenha se beneficiado com maracutaias. O ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, teve o mandato cassado pelos seus colegas deputados e está preso, acusado de uma série de bandalheiras. Pesa sobre o presidente do Senado, Renan Calheiros cerca de doze acusações de ilícitos. Agora mesmo, o STF o indiciou, no processo que rola pelos doze anos. É centenária a lista de senadores e deputados que estão na lista para serem julgados por assaltos aos cofres públicos. Ministros do Supremo também são mal vistos pela população pela conduta questionada como fora dos padrões de uma corte, principalmente a que está na cúpula para julgar e fazer justiça. Para resumir, assaltaram e “quebraram” a nossa “galinha dos ovos de ouro”, a Petrobrás. Pelo quadro de horror moral, o povo brasileiro está pagando a conta. A não ser os milionários, os ricos de bens, todos os brasileiros estamos pagando a fatura fraudada. Cada dia, notícia de mais aperto para colocar o país no rumo certo. Vem aí 2018, ano de eleição para escolha do novo Presidente da República, de senadores e deputados federais, de governadores e deputados estaduais. Será que a maioria da população, diante do que está vendo, do sofrimento por que está passando, agora estará amadurecida para escolher os seus dirigentes? Ou continuará masoquista votando em pessoas de passado desabonador, mestres na arte de enganar?  Dúvida cruel.

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