TERMINAL DE SALVADOR ARREMATADO - Com lance de R$600 milhões, o Aeroporto Internacional de Salvador-Bahia foi, finalmente, arrematado pelo consórcio francês Vinci Airports, representando um ágio de 113% sobre o valor mínimo. A vencedora obriga-se a um investimento de R$2.35 bilhões ao longo dos 30 anos da concessão, na ampliação do terminal de passageiros, no pátio de circulação das aeronaves, além da construção da tão esperada segunda pista.
FINALMENTE A REFORMA? - Todo o Estado da Bahia vinha ansiando por essa iniciativa, uma vez que a atual situação do seu aeroporto era, simplesmente, desesperadora. Com toda a sua capacidade defasada já há alguns anos, a sua deterioração vinha ocorrendo com graves consequências. Chegou ao limite máximo de ficar sem climatização em toda a sua extensão, o que gerou gravíssimos problemas de operacionalidade.
ALGUNS DADOS ESCLARECEDORES - Nos últimos anos, a capacidade do Aeroporto de salvador alcançou a média diária de 25.000 passageiros, chegando a atingir 35.000 na alta estação. Vinham ocorrendo 277 pousos e decolagens por semana, dos quais 57 internacionais. Somente em 2016, recebeu 79.484 aeronaves, das quais 2.172 internacionais. No mesmo ano, circularam pelo aeroporto 7.526.385 passageiros.
Com um dos mais belos acessos do país, com a sua alameda de bambus de l km., o Aeroporto encontra-se a 28 km do centro de Salvador, instalado em 7 milhões de m², tendo um pátio capaz de operar 26 aeronaves simultaneamente e capacidade de operação de 11 milhões de passageiros
ÚLTIMA REFORMA - A última reforma havia ocorrido em 1998, atingindo inclusive o seu complexo de acesso, com novas avenidas e viadutos. Em 2000 a reforma prosseguiu com a ampliação da área de embarque e desembarque de passageiros. Atingindo ainda o pátio de estacionamento, a pista de taxiamento e a construção do terminal de carga. Ao lado do “finger” com 11 pontes e do edifício garagem. A sua capacidade de operação foi ampliada de 1.5 milhão para 5 Milhões de passageiros.
Em 2012, por conta de ter sido o Brasil eleito para sede da Copa do Mundo (2.014) – além de sediar, também, as Olimpíadas (2016) – criou-se a espectativa de que todos os problemas de Salvador – uma das 12 cidades escolhidas para os jogos – seriam solucionados. A exemplo do Terminal Marítimo de Passageiros, Estação Rodoviária, Centro de Convenções, Aeroporto e mobilidade urbana.
FRUSTRAÇÃO GERAL - Na realidade, somente a Estação Marítima foi tardiamente construída (iniciado o seu funcionamento apenas no ano passado) e o metrô, inicialmente determinada a primeira linha em 12 km, teve construídos apenas 6 km – em razão do corte de verba pelo governo Federal - o que inviabilizou a sua operação durante 12 anos. A ponto da Prefeitura, que o construiu com os recursos federais, ter renunciado a sua administração, passando ao Estado a sua responsabilidade. Mesmo assim, somente depois de construídos os outros 6 km foi possível operar o tão ansiado metrô. Felizmente, depois da Copa e da Olimpíada, uma nova linha do metrô teve a sua construção iniciada, entre o Aeroporto e o “acesso norte”, ligando-a a linha 1.
No entanto, embora o aeroporto tivesse enfaticamente anunciada também a sua reforma em 2012, o resultado foi um “banho de água fria” no entusiasmo. O proclamado foi de que, desta vez, Salvador contaria com um novo e moderno equipamento. Nova estação de passageiros, ampliação do pátio de manobra das aeronaves, um novo “finger” com mais 11 pontes, ampliação do estacionamento de veículos e uma torre de controle.
NA VERDADE, UMA ENGANAÇÃO - De todos esses itens, na realidade, apenas a torre de controle foi totalmente construída e procedida ligeira alteração no estacionamento. O restante da obra arrastou-se pelos anos afora e até hoje não teve o seu mínimo concluído. O arremedo de reforma constituiu-se, enfim, numa baita improvisação em alguns setores, restando tudo o mais para total renovação e ampliação.
A anunciada vinda da francesa Vinci Airports – que opera, inclusive, o terminal de Orly, em Paris – é mais uma dose de esperança, sobretudo na comunidade turística baiana que, em virtude de todos esses contratempos, vê reduzido, a cada ano, o movimento de visitantes na cidade.
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