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sexta-feira, 13 de outubro de 2017

NOS TEMPOS DA CORRUPÇÃO

É NECESSÁRIO TAMBÉM RECONHECER A “MEA CULPA” - A sociedade brasileira vem sendo, já há alguns anos, violentada com a enxurrada de denúncias, inquéritos, processos, condenações, por conta da apuração de avassaladores casos de corrupção. O país está submerso num turbilhão de personalidades envolvidas, o que violenta a nação, deixando-a na mais intranquila fase da sua vida política.
A reflexão que nos tem ocupado diuturnamente, nestes últimos tempos, nos conduz a introspectar para exame da auto-crítica a que nos deve conduzir permanentemente. Este auto-exame abala-nos ao constatarmos que a corrupção nasce no que se interpreta como sendo as mais insignificantes ações que, nunca raro, passam despercebidas como descuidados malfeitos. No dia-a-dia são demasiados os exemplos do comportamento desviado, que transitam despercebidos na sua essência.
A ÉTICA COMO “NORTE” DA ATIVIDADE - Na realidade, o que vem ocorrendo no dia-a-dia é que muitos não se apercebem de que a ética tem que ser fundamento basilar na conduta humana. Seja nas relações íntimas, interpessoais, seja no exercício profissional, sobretudo nessa condição. A ética é que nos conduz a perseguir a retidão de procedimento, ou, simplesmente, encaminhar-nos pelas trilhas estreitas da conduta ilibada.
Nem sempre nos damos conta de que as mínimas ações estejam prenhes de incorreções de desempenho. Esta inadvertência faz com que nos deixemos perseguir fáceis pela trilha do êrro eventual. Até mesmo na intimidade das famílias ou no fugaz trânsito da coletividade, o não obedecer inocentes regras de conduta, traduz-se, na realidade, nos primórdios da irregularidade de comportamento.
A IMPRENSA DEVE SER PALADINA -  Sou defensor intransigente de que o profissional da comunicação deve ser o exemplo maior da ética e da moral. Como informador e formador de opinião, há que se limitar de modo rigoroso nos limites dessas duas virtudes: a ética e a moral que, aliás, se confundem. Sobretudo porque somos o espelho, o modelo que, no dia-a-dia, se encontra  exposto ao exame, a admiração ou a execração de um púbico de infinitas dimensões. Ainda mais por isto, mas e sobretudo pelo “dever de ofício” – pois que deve ser o apanágio natural do comportamento humano – distanciar-se desses padrões é contribuir para a deformação da sociedade. 
AINDA QUE A REGRA SEJA POSITIVA, HÁ EXCEÇÕES - O que testemunhamos, felizmente, é que a regra geral é extremamente positiva, pois que o Brasil é servido por uma imprensa sadia, pautada pelos mais rigorosos princípios éticos e compromissada apenazmente com a verdade, com a fidelidade dos fatos e da sensatez nas opiniões que emanam do seu exercício.
Nos dias que correm, por sinal, uma particularidade do exercício da comunicação tem sido afirmada cada momento com maior ênfase. É a imprensa investigativa que, por sinal, está a cada passo mais aprimorada, conduzindo a nação brasileira a conviver com uma realidade absolutamente convulsiva.
MAUS EXEMPLOS QUE IRRITAM - O que causa espécie, porém, são pontuais situações que, mesmo rarefeitas na sua exposição, incomodam e responsabilizam. Seguindo o adágio de que “cada cabeça é um mundo”, procuramos entender as exceções. Mas não nos podemos distanciar da repulsa, nem minimizar a responsabilidade, tão desastrosa e comprometedora é a sua exposição.
Como o exemplo de veículo alternativo que insere em suas edições mensagens publicitárias, a revelia do titular do potencial anunciante. A ausência de autorização, por certo, já constitui uma agressão a espontaneidade da iniciativa. Muito pior é a desastrosa investida na pretensão de acolher o ressarcimento pecuniário de tão exacerbada violência. Tanto quanto valer-se da condição profissional para induzir a concessão de vantagens indevidas.
Desgraçadamente, damo-nos de frente, por vezes, com essa situação, o que nos incomoda e molesta, principalmente pelo fato de, nunca raro, identificarmos os agentes ativo e passivo de tamanha agressão. É uma verdade da qual, lamentável, não podemos desconhecer. Muito ao invés, é-nos imperativa a repulsa explícita para que não permitamos que a exceção possa macular a regra. Identificar, então, a excrescência é a ferramenta de mais-valia contra prática tão mesquinha.

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