Com o final de novembro, todos os anos tem início o ciclo de festas populares de Salvador, na Bahia, que dá a largada com o Dia da Baiana, em que as tradicionais e belas representantes do Estado reunem-se, inicialmente na missa da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Largo do Pelourinho, e prossegue com o desfile que se consuma no belvedere da Cruz Caída, na Praça da Sé. Os trajes típicos, preferencialmente brancos e as rodas de samba marcam a comemoração de um dos mais expressivos símbolos da “boa terra”.
Segue-se o Dia do Samba, dois de dezembro. Instituído pela Câmara de Vereadores de Salvador em 1940, a data homenageou, então, consagrado compositor brasileiro Ary Barroso, pois foi naquele dia que ele pisou, pela primeira vez, em solo baiano. O cantor e compositor Edil Pacheco é que vem organizando a comemoração, todos os anos.
A festa teve início desde o meio-dia na Praça Caramurú, bairro do Rio Vermelho, quando desfilaram várias atrações locais. Mas o climax mesmo foi à noite quando, cerca das 22 horas, a “Marron” Alcione alcançou o palco, diante de uma multidão de milhares de espectadores, para consagrar a grande data. Na oportunidade, ela fez a declaração de que “Os meus maiores sucessos construí na Bahia. Declaro aqui o meu amor”.
Durante toda a tarde, no Campo Grande, nove trios elétricos arrastaram, da mesma sorte, milhares de participantes que acompanharam o samba no pé por todo o Forte de São Pedro, Avenida Sete de Setembro, Praça Castro Alves, Rua Chile, Praça Municipal, até a Praça da Sé.
Simultaneamente, nos dias 1º e 2, aconteceu desde o Centro Histórico ao Subúrbio de Itapuã e Cajazeira, da Cidade Baixa ao Parque da Cidade, a Virada Sustentável. Sendo que o Parque funcionou como centro aglutinador durante os dois dias. Foram mais de 30 atividades, em programação gratuita para toda a família. O Anfiteatro Dorival Caymmi recebeu os principais shows da Virada, reunindo seis atrações. Na sua área verde, o Espaço Zen Natturalis, com atividades de meditação e yoga, aulas de biodança e Tai Chi Chuan, doação de reiki, oficina de tambor reciclado, roda de conversa sôbre alimentação ayurvédica e Círculo Feminino de Cura – Sagrado Feminino. Bem assim uma roda de capoeira.
Também foi montada uma instalação interativa de Meliponicultura – atividade de abelha sem ferrão. O projeto itinerante Arte Consemente realizou apresentações artísticas infantis, contação de histórias, jogos e brincadeiras e um brechó do desapego. Para crianças, ainda o espaço Livres Livros.
Na Praça da Sé aconteceu, simultaneamente, ainda, a Feira da Sé, arte, gastronomia, moda e artesanato, além, ainda, do Festival Unifacs de Sustentabilidade, Cultura e Arte, incluindo atividades esportivas, exposições, rodas de conversa, atendimento em fisioterapia, apresentações artísticas e de Acroyoga. Toda essa programação da Virada Sustentável teve o apoio da Brasken, o que vem ocorrendo desde o primeiro ano.
A Virada Sustentável é o maior evento de cultura, mobilização e educação para a sustentatibilidade da América Latina, constituída por cerca de 180 acontecimentos.
O dia 4 de dezembro pontifica a grande comemoração de Santa Bárbara que se inicia com a Alvorada anunciadoera, seguida da Missa Campal no Largo do Pelourinho, após o que ocorre a procissão que contorna todo o Centro Histórico, descendo para a Baixa dos Sapateiros até o retorno na subida da Ladeira do Pelourinho. No Mercado de Santa Bárbara, que se situa na Baixa dos Sapateiros, em frente à entrada do Taboão, ocorre tradicionalmente o grande “caruurú” oferecido ao povo de “Yansã”. A procissão retorna à Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Prêtos e a farra ocupa todo o espaço até altas horas.
Um outro tradicional festejo é em honra de Nossa Senhora da Conceição da Praia, no dia 8, na Cidade Baixa. Da mesma sorte quanto ao dia de Santa Bárbara, a alvorada com a queima de fogos de explosão despertou toda a cidade. Seguiu-se, igualmente a missa na Igreja de Nossa Senhora, após o que a procissão contornou a Praça Cairú e retornou à sua origem. Em todo o espaço em frente à igreja e até a praça em frente ao Elevador Lacerda e Mecado Modêlo, as dezenas de barracas aglutinaram milhares de baianos e visitantes até altas horas da noite, nunca faltando o bom samba de roda.
Êste ano, entre os dias 8 e 9, aconteceu, também, o Festival de Verão, evento promovido pela Rêde Bahia e que faz desfilar dezenas de atrações artísticas nacionais, já na sua 20ª edição. A seguir é a comemoração do Natal, para o que toda a cidade já se encontra, desde o mês passado, com todas as suas vias principais decoradas com adornos luminosos.
De 31 de dezembro para 1º de janeiro ocorre, no espaço da Bôca do Rio, o maior festival de cultura, mobilização e educação: o Show da Virada, com dezenas de atrações baianas e nacionais já confirmadas, que saudarão o Ano Novo. Uma das tantas atrações é Milton Nascimento que já confirmou presença.
A sequência indica a “Lavagem do Bonfim”, a Festa de Yemanjá no Rio Vermelho, a Festa de Itapuã, até o Carnaval, que é a grande apoteóse: maior concentração humana em agitada ebulição, o que ocorre em 3 circuitos, além das comemorações no subúrbio e em vários bairros. E a Bahia é uma festa só, sempre.
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