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terça-feira, 17 de dezembro de 2019

EXTENSÃO RURAL SEMEANDO TECNOLOGIAS NO CAMPO

O artigo desta semana é dedicado a uma data importante, para mim, que trabalho, há 41 anos, como assessor de comunicação social, e para mais de 20 mil profissionais, de diversas áreas do conhecimento. Refiro-me ao Serviço Brasileiro de Assistência Técnica e Extensão Rural, criado, em Minas Gerais, em 6 de dezembro de 1948. Agora, o Dia Nacional da Extensão Rural vem sendo lembrado, por congêneres de 26 Estados do Brasil e o Distrito Federal, após entrar em vigência o Projeto de Lei 2191/2007, de autoria do Deputado Nárcio Rodrigues (PSDB-MG).
A data, retrocitada, representa um marco para os serviços de assistência técnica e extensão rural, pois, neste ano, completou 71 anos de fundação. Frise-se que essa modalidade pioneira de serviço público e gratuito, prestado aos produtores rurais (Ater), iniciou suas ações extensionistas, com a denominação de Associação de Crédito e Assistência Rural (ACAR-MG), quando, entre as décadas 50/60, a população rural representava 80% do total da população.
No Brasil, o Serviço Brasileiro de Assistência Técnica e Extensão Rural atua, no setor agropecuário e social, com mais de 4.500 escritórios regionais, locais e postos avançados, sendo sua força de trabalho, constituída por mais de 20 mil extensionistas. Com o passar dos anos, a Extensão Rural Brasileira consolidou-se como um serviço indispensável ao setor primário da economia, por contribuir para o aumento da produção, da produtividade e da renda líquida dos agricultores, sem falar da melhoria das condições de vida do homem do campo e a preservação do Meio Ambiente.
Ainda a respeito do Dia Nacional da Extensão Rural, a Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer), entidade que congrega as 27 Emateres do país, celebra, desde 2005, nesse período do ano, com suas associadas, o trabalho desenvolvido pelos serviços de assistência técnica e extensão rural. Razões há de sobra. Vejamos algumas delas.
Como educadores, os extensionistas utilizam técnicas e metodologias participativas, mediante o diálogo, numa troca de saberes, diálogo esse que auxilia os agricultores a terem uma produção sustentável, em termos de aspectos ambientais, econômicos e sociais. Sempre agregando o conhecimento acadêmico do técnico e as experiências de anos de trabalho do agricultor, a Extensão Rural visa à produção de gêneros alimentícios, de qualidade e salutar, à geração de emprego, renda e à melhoria das condições de vida no campo.
Mas, a Extensão Rural Brasileira quase foi extinta, no ano de 1990, durante uma crise instalada, devido às diretrizes do Governo Federal – diga-se – Governo Collor de Melo, que extinguiu a Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Embrater), coordenadora do sistema nacional de Extensão Rural. Felizmente, a tempestade passou. Atualmente, os extensionistas têm sobejos motivos, para comemorar a importante data, lembrando que uma das grandes conquistas foi a instalação da Frente Parlamentar Mista pela Extensão Rural (Fenater), durante o Seminário Extensão Rural e Redução das Desigualdades Sociais, promovido na Câmara Federal em Brasília.
A Fenater, composta por 268 deputados e 25 senadores, foi instituída com o objetivo de realizar a mobilização política, para defesa e acompanhamento dos processos legislativos e de atividades do Congresso Nacional, relacionados com a assistência técnica e extensão rural. Também enfoca o aprimoramento da legislação e defesa de recursos orçamentários e financeiros, para as atividades de Ater, contribuindo para o pleno funcionamento do Sistema Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural.
Destaque-se, igualmente, que, para fortalecer esse serviço público, no Brasil, foi criada a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), pessoa jurídica de direito privado e sem fins lucrativos, de interesse coletivo e de utilidade pública, instituída pelo Decreto n° 8.252, de 26 de maio de 2014, que contribui para impulsionar as atividades agropecuárias e sociais, no âmbito Federal, Estadual e Municipal, em todo o território brasileiro, por meio das Emateres.
 No Estado do Ceará, com o irrestrito apoio e ajuda financeira do governador Camilo Santana e da Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Ceará, da qual a Ematerce é uma das vinculadas, e de órgãos parceiros, das iniciativas pública e privada, a Extensão Rural do Ceará, fundada em 16 de fevereiro de 1954, com a denominação de Ancar, transformou-se, no dia 6 de julho de 1976, em Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce).  Desde então, ampliou sua área de atuação, a cada dia, vem semeando tecnologias, no campo, para acelerar o desenvolvimento sustentável do setor agropecuário - e o melhor – trabalhando para a permanência dos agricultores familiares, seu público-alvo, por ela assistidos, em suas propriedades, mesmo em períodos de secas, ajudando, assim, a redução do êxodo rural. No momento, sua força de trabalho é constituída por 918 empregados, dentre agrônomos, veterinários, engenheiros civis e de pesca, técnicos em agropecuária, zootecnistas, assistentes sociais, sociólogos, nutricionistas, economistas, contadores, administradores, comunicadores sociais, auxiliares administrativos e estagiários do ensino médio. A Ematerce está presente, em todo o território cearense, com 18 escritórios regionais, 71 locais e mais de 100 postos avançados, um centro gerencial, em Fortaleza, e três centros de treinamento, assim, distribuídos: Caucaia-CE,  Quixeramobim-CE e Milagres-CE. Para seu fortalecimento, o Governo do Estado autoriza, no dia 27 de dezembro de 2019, a homologação do concurso público dos candidatos aprovados, num total de 267.
Bem! A Ematerce executa, também, ações extensionistas, no denominado Turismo Rural na Agricultura Familiar, capacitando agricultores, para abrirem suas propriedades à visitação pública, para quem desconhece, pessoalmente, a vida no campo. Ao visitá-las compram gêneros alimentícios sadios, a exemplo de mel de abelha, derivados do leite de vaca e de cabra, da cana- de- açúcar (cachaça, rapadura, alfenim, caldo de cana), da fruticultura tropical, (sucos, geleias, doces, cajuína), da farinha de mandioca (tapiocas, beijus) e outras iguarias, afora peças artesanais, sobretudo de cama e mesa, bordados, indumentárias, produtos fabricados da palha da carnaúba (chapéus, bolsas, sacolas, esteiras, tapetes). A você, leitor (a), ao ler meu artigo, e passando a conhecer um pouco dos serviços, prestados pela Extensão Rural, um muito obrigado e feliz fim de semana! 

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