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terça-feira, 17 de dezembro de 2019

TURISMO ÉTNICO, UMA REALIDADE EM SALVADOR

Foi lançado na capital baiana o “Plano de Ação do Turismo Étnico-Afro de Salvador”, projeto da Prefeitura Municipal destinado a proporcionar a condição de exercer a cultura afro-brasileira, que se encontra disseminada por todo o espaço da cidade, a qual é considerada como a “mais negra do país”, a todos aqueles que atuam, através de produtos e equipamentos, na afirmação da negritude da cidade.
A intenção central do projeto é no sentido de que o visitante da cidade sinta na sua plenitude o que é estar em Salvador, não simplesmente por verificar um determinado aspecto, como uma baiana em cada esquina, por exemplo. O que se propõe é no sentido de que tal sentimento deflagre sempre que, por exemplo, ação de adquirir um objeto de artesanato que tenha sido produzido e comercializado por um negro.
O investimento estimado para o projeto alcança R$15,5 milhões, consequente de destinação pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID. Esse valor estará parcelado em quatro enfoques: Informações e Governança, Capacitação e Renda, Ações Integrativas e Produtos Turísticos, porquanto se propõe, na realidade, a capacitar, qualificar e articular as pessoas.
O projeto é consequência do esforço de pesquisa que levou nove meses para se consolidar, com o desempenho de cerca de 658 participantes, entre baianas de acarajé, capoeiristas, turbanteiras, trançadeiras, integrantes de blocos afro, artistas, agências operadoras de turismo, como também os empresários e mesmo os estilistas.
O importante é que todos os considerados protagonistas da cultura afro integraram a coletividade participante do planejamento, o que confluiu para o esforço desempenhado pelo Consórcio Cria Rumo-Arandas, o qual contou com a orientação do corpo técnico das Secretarias de Cultura e Turismo (Secult) e de Reparação (Semur).
O projeto está consubstanciado em quatro eixos principais:I – Informação e 
Governança, constituído da ação a) Plataforma de Cadastro Produtos e Serviços TEA, b) Encontros para Governança, e c) Rodada de Negócios. II – Capacitação e Renda – Ação a) Plataforma de capacitação. III – Produtos Turísticos, através das ações a) Salvador Capital Afro, b) Sistematização de Experiências e roteiros Turísticos TEA, c) Fortalecimento das baianas. IV – Ações Integrativas, com a) Ação 1/RP e Assessoria de Imprensa.
O que ocorre é que o TEA teve o planejamento enfocando os artistas e empreendedores, considerado o fato real de que não há condição de apreciar separadamente a pobreza da negritude. Tomando como exemplo as baianas de acarajé, é de se verificar de que elas historicamente foram objetivadas exclusivamente através de suas imagens.
No caso desse projeto, o que se está levando em consideração primordialmente é a vida de todas essas pessoas. Por consequência do que se está observando, da mesma sorte, a geração dos empregos a inclusão econômica e a distribuição mais equânime de renda. Por consequência, estimam-se que os efeitos dessas ações venham a se projetar a médio e a longo prazos.
Até porque o que se observa é o fato inconteste de que Salvador exporta para o mundo, como exuberante mostra, a sua cultura culinária em que está concentrado o azeite de dendê, tanto quanto a baiana de acarajé, mesmo assim a plasticidade da sua capoeira e o seu inspirado e artisticamente belo afoxé. Com toda essa confluência de virtudes, indiscutivelmente é a cidade mais negra do país.
E é de se observar – e louvar – ser Salvador a única cidade no Brasil a contar na sua administração municipal com uma secretaria destinada à reparação dos danos que têm sofrido ao longo dos séculos a população negra. O que se constata em sua história é que, até há algum pouco tempo, não ocorria um relacionamento entre a população negra e o visitante da cidade.
E um elemento que deve ser evidenciado é a participação da mulher negra nesse processo. Uma vez que a filosofia de todo o projeto é de conceder à mulher absoluta prioridade integral, considerando-se os diversos envolvimentos, no particular. Porque o projeto ambiciona incorporar definitivamente a população negra a todas as atividades que estejam vinculadas à ação do turismo, com as mulheres em situação de absoluto destaque.
Na conformidade dos estudos promovidos pelas instituições que desenvolvem o turismo, essa atividade engloba em seu bojo nada menos do que 52 setores da atividade profissional e empresarial. E é de se levar em consideração, portanto, que o PIB conta com uma participação do turismo da ordem de cerca de 20 a 22%, através de toda a representação do produto. 
E de se observar, ainda, que a administração atual do Município vem investindo maciçamente em ações direta ou indiretamente direcionadas ao turismo. Senão vejam: R$150 milhões na construção do novo Centro de Convenções; R$22 milhões na requalificação da Avenida Sete de Setembro e da Praça Castro Alves; R$43 milhões na requalificação urbanística da Orça de Stella Maris/Praia do Flamengo; R$7.8 milhões na Restauração da Casa dos Azulejos; R$29 milhões na restauração e construção da Casa da História e Arquivo Público Municipal; R$6 milhões na implantação na Casa do Carnaval; R$13,5 milhões na fase de implementação do Plano de Ação Para o Desenvolvimento do Turismo Étnico-Afro; R$16.1 milhões no Caminho da Fé; R$731 milhões no Plano Estratégico de Marketing Turístico; R$5 milhões anuais na promoção por Marketing Digital; R$800 mil anuais em ações de promoção e capacitação de eventos, por meio de patrocínio para o Salvador Destination e a ABIH-Ba.

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