Uma proposta de roteiro foi elaborada para quem quer conhecer as maravilhas das belezas de Brasília. E nela, o ponto de partida é a Praça dos Três Poderes, no coração da capital. Ao contrário do restante da cidade, alí não há árvores. Legislativo, Executivo e Judiciário são poderes autônomos e com o mesmo peso dentro da democracia brasileira.
A bandeira de 286m², hasteada a 100 metros do chão, é trocada solenemente em cerimônia que acontece todos os primeiros domingos do meses, com desfile militar, show da Esquadrilha da Fumaça, eventualmente, com a presença da Presidente da República. Pare por cinco segundos ao pé do Mastro da Bandeira, monumento de Sérgio Bernardes, onde se lê a inscrição “Sob a guarda do povo brasileiro, nesta Praça dos Três Poderes, a bandeira sempre no alto visão permanente da pátria”, e aprecie os sentimentos de civismo e orgulho nacional que emanam deste local.
Museu Nacional e Catedral de Brasília |
Na mesma praça, a escultura Os Guerreiros, mais conhecida como Os Candangos, de Bruno Giorgi, é uma justa homenagem aos 80 mil trabalhadores que ergueram a cidade. Também ali o turista vê o majestoso Panteão da Pátria e da Liberdade construído à semelhança de uma pomba. Trata-se de um memorial fúnebre em homenagem a ilustres brasileiros. Dez personalidades da história do país têm seus nomes eternizados no chamado Livro de Aço do monumento (entre eles, Tiradentes, Zumbi dos Palmares. D. Pedro I e Santos Dumont). Outros dez nomes já foram aprovados.
No Palácio do Planalto, os Dragões da Independência se revezam na guarda presidencial. Como manda a tradição, usam farda típica do século 19 em vermelho e branco, regra da coroa portuguesa. Na apresentação do regimento, a “pompa” imperial é muito bem representada e o sentimento de amor à pátria fica à flor da pele.
Para atravessar a rua, é preciso apenas levantar o braço e dar um “sinal de vida”, para que os motoristas parem antes da faixa. A lei que prevê essa conduta completou 14 anos e o respeito ao pedestre é um hábito do qual os candangos se orgulham muito e, chegando ao outro lado da via, você estará de frente para as torres do Congresso Nacional, com seu espelho d'água e a rampa oficial.
Olhando para trás, é possível avistar o corredor onde tremulam as bandeiras dos 27 estados e do Distrito Federal. É a Alameda dos Estados, que recepciona brasileiros de toda parte. Ao redor, há muito espaço livre em todo o gramado central da Esplanada dos Ministérios, coisa rara nas grandes cidades brasileiras. Ali, na temporada de seca, de julho a setembro, lindos ipês coloridos carregados de flores dão beleza à cidade da política e do concreto. Completam o exuberante cenário as fachadas sinuosas e os lagos que abraçam os palácios do Itamaraty e o da Justiça.
A arte também tem espaço garantido no Conjunto Cultural da República, formado pela Biblioteca Nacional Leonel de Moura Brizola, pelo Museu Nacional Honestino Guimarães e pelo Teatro Nacional Cláudio Santoro. Não bastasse a perfeição estética desse complexo arquitetônico, conhecer e prestigiar suas obras é uma experiência para os sentidos.
A uma rua dali, quatro enormes evangelistas esculpidos em bronze fazem a “guarda” do acesso à Catedral Metropolitana de Brasília, projetada e construída em formato que lembra mãos em prece. No interior da igreja, três imensos anjos de mármore suspensos no centro da nave completam o cenário de fé e espiritualidade.
Seguindo 2,5km pelo largo Eixo Monumental, o turista tem à sua disposição a melhor e mais ampla vista do Plano Piloto e o imponente centro transmissor para emissoras de rádio e televisão, com uma torre com 224 metros de altura. Visitantes podem subir ao mirante panorâmico, a 75m, e fazer uma sessão de fotos com lindas imagens de Brasília ao fundo. Junto à base da torre acontecem o espetáculo luminoso das águas dançantes, na Praça das Fontes, e a tradicional feirinha de artesanato candango, onde as tradições, os sotaques e a gastronomia têm encontro marcado nos fins de semana.
Com mais cinco minutos de caminhada, o passeio chega ao fim. No estacionamento 13 do Parque da Cidade, percebe-se clima “praiano” que toma conta do lugar. Esportistas desfilam pelas pistas de corrida e ciclismo, patinadores fazem o seu balé, famílias e crianças se divertem com seus animais e casais aproveitam para passear de mãos dadas sob o sol do cerrado. Nas tradicionalíssimas barracas de frutas frescas e água de coco, atletas se recuperam do cansaço. Uma cidade “sem esquinas” e com cara de jardim abre seus braços para quem quer que chegue. Sobram motivos para cativar o visitante
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