Os presidentes da América do Sul, convidados a participar da última sessão da 6ª Cúpula do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, destacaram após o encontro a aproximação do bloco com o continente e a importância da criação do Novo Banco de Desenvolvimento, anunciada na terça-feira (15), em Fortaleza, para que países em desenvolvimento dependam menos de outros organismos multilaterais, como o Fundo Monetário Mundial (FMI).
"REDE DE PROTEÇÃO" - A presidenta Dilma Rousseff classificou, na reunião de Brasília, como "completamente satisfatória" a criação do banco do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), formalizado ontem (15), em Fortaleza, no Ceará, durante a sexta reunião de cúpula do bloco e que ela não significa que esses países deixarão de participar de outras instituições multilaterais, como o G20, por exemplo. Dilma negou ainda que o Brasil tenha “cedido” presidência do novo banco aos indianos. “O Brasil não cedeu porque não tinha, não era dono”, disse. E acrescentou: "Se a gente tivesse ficado com a primeira vice-presidência, a imprensa estaria dizendo 'O Brasil perdeu a sede'. O que se trata é de um banco gerido por um conselho de administração - que o Brasil preside; por um conselho de ministros - que a Rússia preside; por um presidente - que é da Índia e tem o primeiro banco localizado lá na China".
DISCURSOS - Todos os presidentes que estiveram em Brasília anteontem(16) aplaudiram a criação do novo banco de desenvolvimento criado pelo BRICS. Para a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, que enfrenta uma batalha judicial com os fundos abutres: “... o banco do bloco dos emergentes representa um ponto positivo e demonstra o fracasso dos mecanismos multilaterais de ordenamento global financeiro, que, segundo ela, representam a “destruição de empregos” e o “abandono das sociedades”, que afetaram por décadas a América do Sul. A presidente argentina afirmou que a nova instituição financeira pode representar a inclusão, o crescimento, a produção e a criação de trabalho.
Outro presidente, o da Bolívia, Evo Morales, afirmou que os mecanismos financeiros internacionais existentes “chantageiam governos”. “O mundo necessitava de uma nova organização mundial para acabar com organismos como FMI e o Banco Mundial”, disse o boliviano. “Com o novo banco, estou seguro que podemos acabar com o uso de políticas neoliberais e neocolonialistas”.
Não obstante os discursos dos presidentes sul-americanos em relação ao banco, o objetivo declarado do Brics com a criação da instituição não é substituir os organismos financeiros internacionais, mas complementá-los e pressionar para que sejam reformados, dando mais peso aos países emergentes. (Com a Agência Brasil)
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