INSENSATEZ – CUIDADO, PRAZER, CAUTELA...
Os brasileiros, neste começo de ano, estamos passando por apreensões e momentos difíceis. Os pagamentos chegando e as notícias não são boas. Todos sabem que o País está atravessando uma fase de muitos apertos, ocasionados na maior parte por uma política econômica e financeira do governo equivocada, somada à crise mundial. Não nos prevenimos e houve toda espécie de agrado, liberalidade, mascarando a realidade. Por causa disto, a presidente Dilma Rousseff, neste seu segundo mandato, precisa urgentemente consertar os malfeitos do passado e adotar uma política de austeridade a fim de que o Brasil não chegue ao fundo do poço, o que não está longe de acontecer. Crise econômica, crise no setor elétrico, crise no abastecimento de água em grande cidades, seca no Nordeste e por aí continuam as mazelas. Portanto, medidas fortes têm que ser tomadas. A pretensão é arrecadar cem (100) bilhões de reais, afora outras medidas de contenção dos gastos públicos para reequilibrar as finanças. Mas até agora o que foi anunciado pela Presidente está sendo recebido com cautela e muito desagrado por parte da grande maioria da população brasileira, com desaprovação até setores da sua base de apoio nas duas maiores casas legislativas do País. O povão, a atingida no âmago classe média, todos nós assalariados estamos a perigo, temos que “pagar o pato”. O caminho de austeridade que o Governo vem imprimindo só cai em cima dos mais fracos. Os banqueiros, estes riem com os juros altos e a inflação, pois ficarão mais ricos. Pergunta-se. Por que o Governo, o Parlamento e o Judiciário não se juntam em momento tão perigoso para salvar o Brasil do pior?
Cadê o patriotismo, a sinceridade desta gente se há necessidade de cortar gastos públicos. Não é exorbitante o País ter 39 ministérios, afora milhares cargos comissionados? Não são demais as mordomias no Parlamento ou no Judiciário? Não foge ao bom senso o Brasil ter trinta e dois (32) partidos legalizados, com mais quarenta e um (4l) prontos para entrar na “boquinha”? Senadores, deputados, juízes e ministros, que ganham muito bem, são cercados de bondades. Têm número excessivo de bem pagos assessores, carros e residências à disposição, sem custo algum, passagens aérea “cif” e outras belezas. Enquanto isto, o trabalhador paga tudo, com muito pouco ganho. E ainda vai levar mais chibatada nos lombos quando for prestar contas ao Fisco. A Presidente vetou a correção de 6,5 por cento no Imposto de Renda relativo ao exercício passado. Nos finalmente, voltamos a dizer que realmente há necessidade de medidas para o Brasil entrar nos eixos. Mas todos devem dar sua parcela de contribuição e não apenas os menos favorecidos. Como estão os fatos, os descontentes se avolumam perigosamente até onde não sabemos. À propósito, vem à nossa mente, perdão se o Alemão nos perturbar, a tirada do poeta Friedrich Rückert: “O coração tem dois quartos:/ moram ali sem se ver,/ Num a Dor, noutro o Prazer./ Quando o Prazer no seu quarto/ Acorda cheio de ardor,/ No seu adormece a dor.../ Cuidado, Prazer! cautela,/ Canta e ri mais devagar.../ Não vá a Dor acordar”.
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