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sexta-feira, 15 de maio de 2015

CALEIDOSCÓPIO - DATA MARCANTE

DATA MARCANTE
Neste calendário gregoriano, muitos acontecimentos relevantes são registrados pela História nos dias 13 de maio. No Brasil, um se destaca pela relevância social. Em 1888, finalizando  um ciclo de pressões, a Princesa Isabel assinou a Lei Aurea abolindo em definitivo a escravidão no país. Pela Lei, os negros africanos foram libertos, mas infelizmente, até hoje, não se extirpou o trabalho escravo. No mundo, fatos importantes também são registrados,  como o aparecimento pela primeira vez, em 1917, a três crianças portugueses – Lúcia, Francisco e Jacinta,  de uma “senhora mais branca do que o sol”, fato que se repetiu nos dias 13 dos meses seguintes, até outubro. Neste último mês, afirmou Jacinta que a aparição disse ser Nossa Senhora do Rosário. Outro registro: em  l981, o Papa João Paulo II, na Praça de São Pedro, no Vaticano,  foi vítima de atentado. Para nós, o 13 de maio continua traumático. Na madrugada desse dia, há dois anos, estando em Belo Horizonte, insone, por isto usando o tablet,  através do jornalista Paulo Roberto, do Amazonas, recebemos a amarga notícia de que minha mulher Angelita acabara de falecer. Por alguns instantes ficamos perplexos, paralisados, com a mente em revolução. O colega me deu o conforto necessário e possível para a ocasião.  Pouco tempo depois, estava no hotel para me dar apoio o Amigo-Irmão Walfrido Ferreira, que logo depois comigo foi ao Aeroporto de Confins para uma viagem longa e penosa a Fortaleza, só possível depois de passar momentos de ansiedade, aguardando vaga na aeronave. Felizmente, graças aos meus filhos Virginia Maria, Carlos Alberto e Maria Goretti,  com o apoio de amigos e familiares,  as providências para o velório estavam tomadas. Choros, abraços,  solidariedade, missa de copo presente e o final sepultamento. Duro golpe para quem vivera com a inesquecível companheira por mais  de 62 anos. Ainda não me refiz de todo. Certeza é que, nesta parte final da montanha da vida,  continuo sentindo tremenda falta da Angelita. Não é pieguice, acreditem. Estou como o palhaço do soneto.   Infelizmente, o 13 de maio de 2013 para nós é um dia de triste recordação.    

O PALHAÇO – Para quem não conhece a obra do imortal Padre Antônio Thomaz, considerado um dos príncipes da poesia cearense,  eis uma de suas joias, “O Palhaço”: 

Ontem, viu-se-lhe em casa a esposa morta 
E a filhinha mais nova, tão doente! 
Hoje, o empresário vai bater-lhe à porta, 
Que a plateia o reclama, impaciente. 

Ao palco, em breve surge... pouco importa 
O seu pesar àquela estranha gente... 
E ao som das ovações que os ares corta, 
Trejeita, canta e ri, nervosamente. 

Aos aplausos da turba, ele trabalha 
Para encontrar no manto em que se embuça 
A cruciante angústia que o retalha. 

No entanto, a dor cruel mais se lhe aguça 
E enquanto o lábio trêmulo gargalha, 
Dentro do peito o coração soluça. 

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