Antonio Jose de Oliveira |
Reconhecemos ser de péssimo gosto falar de problemas que contribuem para denegrir a imagem turística de Fortaleza. É duro escrever sobre mazelas de uma metrópole, que amamos tanto a ponto de, às vezes, almejar encobrir seus defeitos. Mas, como sempre desejamos o melhor para a “Loira Desposada do Sol”, trataremos, neste espaço, de um assunto do não agrado da população e, principalmente, dos responsáveis pela limpeza pública: muito lixo em avenidas, inclusive as do centro da urbe, em ruas, em ambientes públicos, praças, praias e por aí vai, sem falar das pichações em muros e monumentos, o que a deixa nossa cidade com aparência suja.
Já ouvimos visitantes elogiar o que há de atrativo, útil e agradável, em Fortaleza, de praias ensolaradas, de verdes mares de águas tépidas, da hospitalidade de sua população, da salutar gastronomia regional, do rico e variado artesanato, porém ouvimos também os que comentaram, de forma negativa, a sujeira, as águas fétidas, paradas nas coxias, incomodando as narinas, devido ao mau-cheiro. Numa cidade, minha gente, o segundo polo turístico receptivo do Nordeste, essa situação é intolerável e abominável. Incluam-se, ainda, nessas mazelas, os buracos e os desníveis, na sua malha viária, sem falar dos remendos malfeitos, na camada asfáltica, enfeiando-a e acabando com os amortecedores dos carros.
A prefeitura de Fortaleza precisa também atentar para o fato de que muitas ruas e avenidas, sobretudo nas esquinas, não há placas indicativas de seus nomes, o que desorienta transeuntes, motoristas e visitantes, quando se dirigem a determinado destino. Ah! Isso ocorre em capitais mais desenvolvidas do que a nossa, afirmam alguns, desejando justificar a falta de placas de sinalização urbana. Registrem-se ainda as de trânsito, quando no asfalto (sinalização horizontal), muitas praticamente apagadas. Há falta de semáforos, em alguns cruzamentos perigosos da cidade, causando abalroamentos de veículos e atropelamentos fatais de pedestres.
Sabemos que a prefeitura de Fortaleza está bem-intencionada, faz publicidade e diz que está melhorando a infraestrutura física da cidade e a mobilidade do trânsito, com a construção de viadutos, passarelas, tapando a buraqueira e coletando o lixo domiciliar e da construção civil. É verdade, todavia deixa muito a desejar esse trabalho do recolhimento dos resíduos sólidos, que, não há contestar, ocasiona proliferação de muriçocas, moscas, mosquitos da dengue, ratos, baratas e outros insetos indesejáveis e perigosos para a saúde pública.
Bem! Paremos, pois alertas negativos, na visão de determinados gestores públicos e até da iniciativa privada, não são aceitos e irritam-nos. A verdade é que muitos administradores, querem, apenas, ouvir ou ler elogios às suas pessoas e às suas gestões, embora a crítica construtiva possa chamar a atenção deles, para consertarem o que está errado e tornar sua administração elogiável e merecedora de credibilidade.
Agora, um apelo: se a prefeitura não está fazendo, a contento, o que foi prometido, na campanha política, as secretarias da cultura e do turismo do município, por intermédio de seus titulares, têm a obrigação de cobrar do prefeito as providências cabíveis, com vistas a apagar os pecados capitais, referentes à limpeza pública de Fortaleza e às vias de acesso a recantos turísticos e a outros mais.
Julgamos também que, se as mazelas continuarem, o Estado deve, por meio de sua Secretaria de Turismo, buscar entendimentos com o prefeito Roberto Cláudio (O governo estadual apoia a gestão da prefeitura), para, juntos, exterminar, de uma vez por todas, o que prejudica a imagem turística de Fortaleza. A alta estação aproxima-se e prepararemos a casa, para receber e tratar bem os turistas e deixá-los entusiasmados para novas visitas.
Antonio José de Oliveira
Vice-presidente da Abrajet-Ceará
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