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sexta-feira, 25 de abril de 2014

RELATO DE ROSIER APÓS A TRAGÉDIA NO EVEREST

Guias e Montanhistas antes do acidente
Como foi amplamente noticiado, uma tragédia aconteceu no Monte Everest, no dia 18. Avalanche de grandes proporções alcançou grande parte de alpinistas e respectivos guias, com um saldo fatal de 16 vítimas. 
O cearense Rosier Alexandre estava entre os alpinistas, com a finalidade de completar a  última etapa do seu projeto de escalar as mais altas montanhas do mundo. Já vencera com absoluto êxito os picos Aconcágua (6962 m), na Argentina, maior montanha da América do Sul; McKinley/Denali (6194 m), nos EUA (Alasca), América do Norte; Kilimanjaro (5891,8 m), na Tanzânia, África; Elbrus (5642 m), na Rússia, Europa; Maciço Vinson (4892 m), na Antártica;
Pirâmide Carstensz, que é o ponto culminante de toda a Oceania, na Nova Guiné (4884 m). Graças a Deus a tragédia não lhe alcançou. Mas dois guias (Sherpas) da sua equipe infelizmente morreram. 
Eis o relato d sobre o acontecimento do  valoroso Rosier Alexandre, postado no seu site, na segunda feira passada, 21/04:
“Caros amigos,
Escrevo do Campo Base do Everest (5.350m). As coisas por aqui não estão como gostaríamos. Após a tragédia que vitimou 16 pessoas os Sherpas se reuniram, e estão, com muita justiça, exigindo do governo nepalês melhores condições de trabalho e também assistência familiar em caso de morte. Eles pedem ao governo pelo o fim desta temporada, encerrando todas as expedições, mas o Ministério do Turismo não quer fazer isso porque traria prejuízos financeiros, e infelizmente aos governos isso é o que importa. Eles pedem aos líderes das expedições que encerrem suas expedições como protesto ao governo e respeito aos mortos. Houve uma reunião no qual os Sherpas produziram um documento com solicitações ao governo e deram o prazo de sete dias, caso não sejam atendidos deverão fazer uma greve coletiva. Porém não há uma unificação das reinvindicações dos Sherpas, até porque muitos deles ainda estão nos povoados ou em Kathmandu para a cerimônia de cremação de seus amigos e parentes, e esta falta de unificação criou um clima de violência e extremo desconforto.
Cada dia perdido é precioso para uma expedição, mas tem algo maior a ser levado em consideração, estamos diante da maior tragédia que já existiu no Everest em todos os tempos e isso deixou a comunidade Sherpa abalada e precisamos respeitar a sua cultura e o seu sofrimento.
Os próximos dias devem ser decisivos. Na terça vamos descer para Lobuche (4.900m) e de lá vamos escalar o Pico Lobuche (6.150m) como período de aclimatação e em 5 dias devemos retornar ao Campo Base. Se existir um consenso entre os Sherpas em continuar as expedições, nós continuaremos, caso contrário, lamentavelmente devemos cancelar definitivamente a nossa expedição.
Desde já quero deixar registrado que respeito e acato plenamente a decisão dos Sherpas e também não darei prosseguimento a minha expedição se não sentir a segurança mínima necessária.
Mais uma vez agradeço as muitas vibrações e orações de todos vocês. Muito, muito obrigado.
Logo que tiver novas decisões darei notícias.
Recebam o meu abraço caloroso do tamanho do Everest. Rosier Alexandre”
Sonho adiado - Depois do fim das buscas aos mortos da avalanche do dia 18, os sherpas pediram o fim da temporada das expedições na montanha e entram em greve. Os guias nepaleses pedem ao governo melhores condições de trabalho, assistência familiar em caso de morte. Rosier e outras equipes cancelaram suas expedições ao Everest por razões de segurança, mas também por medo da violência nos acampamentos de base.

Rosier cancelou a tentativa de alcançar o cume do Monte Everest e retornará a Fortaleza em oito dias

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