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sexta-feira, 28 de junho de 2019

APICULTURA NO CEARÁ - CRESCIMENTO COM IMPLANTAÇÃO DA ROTA DO MEL

Com um investimento já realizado de quase R$ 20 milhões, o Governo do Ceará caminha junto ao Banco do Nordeste em direção à estruturação da cadeia produtiva do mel em polos de desenvolvimento. A proposta, aprovada por apicultores dos sertões Central, dos Inhamuns e Crateús, é fazer com que o Estado retome o título de maior produtor de mel do Nordeste e, de quebra, galgue espaços nos mercados interno e externo. A profissionalização e a diversificação dos subprodutos da apicultura também estão na pauta.
“A Rota do Mel é uma coordenação de atores públicos e setoriais com a qual conseguimos traçar objetivos comuns. O nosso foco é fazer com que as instituições consigam cooperar e haja uma complementariedade das ações em torno da apicultura”, esclarece Joaquim Carneiro. Atualmente, explica o coordenador de Projetos Integrados do Ministério do Desenvolvimento Regional, o “Rotas da Integração”, a iniciativa funciona em âmbito nacional, com foco nas regiões Nordeste, Sul e Sudeste.
Com a entrega dos projetos produtivos pelos projetos São José e Paulo Freire, além das ações em parceria com órgãos da administração pública federal, a estimativa é que ocorra um salto produtivo de 22% no primeiro ano. O cálculo é simples: com a entrega de 29.156 colmeias e uma média de produção de 25 kg a cada 50 colmeias entregues, a atividade tende a ser impulsionada em direção ao sucesso. “Isso, claro, depende do interesse dos apicultores em buscar capacitação para produzir cada vez mais e melhor”, pondera Márcio Peixoto, coordenador da SDA.
NAS ENGRENAGENS DA PRODUÇÃO - Caso se comprove, e considerando apenas as vendas para o mercado interno, a receita bruta da atividade no Estado receberia um acréscimo de mais de R$ 3,13 milhões já no próximo ano. A questão é que, diferentemente da agricultura de sequeiro, os apicultores costumam reinvestir os lucros na própria atividade.
“Em 2018, contratamos, via Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), 829 operacões apenas nos 19 municípios que compõem a Rota do Mel, totalizando negócios no valor de R$5,8 milhões. Todos eles se encontram no semiárido nordestino e são considerados prioritários para a Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR)”, informa Paulo Dídimo, gerente do Programa de Desenvolvimento Territorial do Banco do Nordeste. “A expectativa é aumentar esse valor em função do Programa Rotas do Mel, em parceria com a SDA e o Ministério do Desenvolvimento Regional”, pontua.
Para atingir o intento, faz-se necessário maior nível de organização das associações comunitárias e  maior empenho dos produtores rurais no cuidado com as colmeias. 
MERCADO EM ASCENSÃO - Atualmente, o IBGE garante a primeira colocação nacional em produção de mel ao Estado do Rio Grande do Sul, seguido pelo Paraná, Minas Gerais e Piauí. Com uma produção anual de 1,77 mil toneladas de mel em 2017, o Ceará se encontra em boa colocação e 2,62 toneladas atrás do estado vizinho. “Em 2014, de acordo com a Pesquisa da Pecuária Municipal, o Estado do Piauí mais que dobrou a produção de mel e nos ultrapassou após dois anos consecutivos”, reconhece o secretário do Desenvolvimento Agrário, De Assis Diniz.
Entretanto, observa o secretário, parte do resultado se deve ao fato de que parte da produção apícola do Estado atravessa a fronteira para atender o entreposto da Casa Ápis, no Piauí. “Assim como acontece em relação ao Rio Grande do Norte, que entrega parte da produção a um entreposto localizado em Limoeiro do Norte”, pontua. Pelos números da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), o mel de abelha é o 14º produto de exportação e rendeu ao Estado U$S 4.620.383 no ano passado.

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