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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

SER JORNALISTA DE TURISMO...


Encerramos nossos comentários turísticos, neste final de 2012, reportando-nos a um assunto, que merece reflexão por parte dos que militam na imprensa turística. É que temos, ao longo dos anos, um ponto de vista a respeito do papel do jornalista de turismo, quer na área das organizações públicas, quer na da iniciativa privada. Julgamos não dever o jornalista de turismo fazer, apenas, reportagens e notícias, narrando somente o lado positivo dos atrativos turísticos e serviços, de determinada localidade, e sim ser, também, um crítico, quando for necessário, em defesa de um turismo saudável, racional e não-predador da cultura do polo receptor, da infraestrutura física de suporte ao setor e do meio ambiente.
A a nosso ver, precisa-se debater o comportamento da categoria, frente aos novos desafios, de um mundo globalizado, em que deixa transparecer ser o importante, no universo, exclusivamente, o lucro pelo lucro, não interessando a existência de pessoas miseráveis, morrendo de fome e de doenças graves, ou assista, diariamente, caladinho, à degradação do meio ambiente. Como exemplos, citem-se o desmatamento da floresta amazônica, a poluição generalizada dos recursos hídricos e outras aberrações contra a mãe-natureza e a humanidade.   
Bem! Retomando o que dissemos, no início desse artigo, é claro que o contato, quase diário, do jornalista de turismo, com empresários desse segmento econômico, ou mesmo com autoridades governamentais, das esferas federal, estadual e municipal, pode levá-lo a não fazer críticas, quando percebe que algo não é o correto, com vistas ao desenvolvimento sustentável do turismo, em determinado Estado ou município e até com a política da União para com o turismo de modo geral. Para não desagradar e não parecer chato, alguns deixam as águas rolarem. Não concordamos com os(as) jornalistas que procedem, como lagartixas, balançando sempre a cabeça.
Lembramos, aqui, que o jornalista (não importa a sua área de atuação) deve ter sempre o olho crítico sobre fatos, que se transformam em notícias, reportagens, entrevistas etc. Agora, tem um “porém”: criticar por criticar não é recomendável ao jornalista profissional. Esse comportamento é para picaretas, ou seja, jornalista que critica alguém ou alguma coisa, quando sente os interesses particulares prejudicados. Esse tipo de gente deve buscar a sobrevivência em outra atividade, menos no jornalismo.
Às vezes, assuntos turísticos, que merecem ser abordados e discutidos, de forma crítica, passam ao largo, por parte de alguns veículos de comunicação de massa (impressos e eletrônicos), para não perderem verbas publicitárias e os jornalistas de turismo para não arranharem a amizade com suas fontes de informação.
Deixamos bem claro, é evidente, não estar generalizando. Há os (as) jornalistas de turismo que acreditam e defendem o pensamento do fundador da Escola Superior de Jornalismo, no mundo, (Comunicação Social), de nível superior, John Pullitzer, afirmando que a imprensa não foi criada, apenas, para adocicar a realidade. Parafraseando Pullitzer, dizemos que jornalista de turismo não existe, apenas, para fazer somente reportagens de atrativos da natureza ou criados pelas mãos humanas.
Vale registrar, aqui, que o jornalista, independentemente de ser especializado em assuntos econômicos, políticos, religiosos, turísticos etc., tem a obrigação de ser ético, transparente e profissional em todas as suas ações. Isso em termos de profissão e relacionamento humano. Jornalista jamais deve ser arrogante, “dono-da-verdade”, metido a sabichão (em todos os assuntos), e mal-educado. Triste daquele (a) que usa a profissão de Jornalista, para projetar-se econômica e socialmente e - o pior – atropelando quem estiver à sua frente, apelando sempre para a detestável “Lei de Gerson”, isto é, levar vantagem em tudo.
Antonio José de Oliveira
Diretor-Secretário da Abrajet-Ceará

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