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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

CALEIDOSCÓPIO - A SURPREENDENTE MANAUS

Pela vez primeira fomos a Manaus nos idos de 1947. Indicado pela então Associação dos Cronistas Desportivos do Ceará, fizemos parte da delegação do então campeão do Nordeste, o Fortaleza, que foi à capital baré para uma série de cinco  jogos. Excursão impensável para os dias de hoje. Só dentro d'água, vivemos vinte e seis dias. Na ida, pelo navio Itanagé foram quatro dias para Belém mais oito até Manaus,  no “gaiola”  Sobral. Na volta, dez dias de Manaus a Belém, pela “chata”  Vitória e maios quatro  dias  de Belém a Fortaleza, pelo “vapor”  Itaimbé. Para completar, ficamos dezenove dias  na capital amazonense. Pode? Confesso que esta demora toda, no auge da juventude, em todos os aspectos foi muito proveitoso, por vários aspectos. Quem não gostou foi o seu Guilherme, o austero dirigente administrativo de  “O Nordeste”  a que era vinculado. Sem dúvida foi a primeira lição de vida que tivemos, não apenas como “foca” jornal mas para alargar conhecimento. Tempos difíceis no após Grande Guerra. Manaus era considerada uma cidade “no fim do mundo” tal a dificuldade dos transportes na época. Entretanto, mesmo ainda sofrendo os impactos do final da “idade de ouro”,  no  auge da valorização da  borracha, contudo com as heranças desta fase mostrava-se ativa culturalmente falando, com uma população  hospitaleira, miscigenada por  nativos e nordestinos. A vida girava mais  em torno  do centro, com parâmatros maiores nas avenidas Sete de Setembro e Eduardo Ribeiro. O Teatro Amazonas, imponente, pontificava forte em temporadas de óperas. O Parque Dez de Novembro era a “coqueluche” para o povão. A sociedade se divertia no Ideal Clube, mais elitista, e no Rio Negro, este com o seu salão principal arrodeado de espelhos. No futebol, imperavam o Rio Negro, o Fast e o Olímpico. Bons os cinemas que existiam na hoje avenida Getúlio Vargas. Os menos afortunados brincavam às pampas nos arraiais dos bairros. Os visitantes mais afoitos, à noite, iam para as casas das “quengas”, lá encontrando boa parte da mocidade e alguns “coroas” da terra. Tempos bons. Voltei a Manaus outras vezes, inclusive fazendo parte da representação da ACI no Congresso Nacional de Jornalistas, em 1962, juntamente com o  Girão Barroso, a Adisia Sá, o Stênio Azevedo, o Antônio Carlos de Oliveira e o Olavo Sampaio. Saudades dos jornalistas amazonenses Mansueto Queiroz e Irisaldo Godot. Nos primeiros tempos da Zona Franca, também lá estive, com a minha mulher Angelita, que Deus a tenha. Aí Manaus começou a voltar a ser imponente, moderna, com o progresso se fazendo sentir vertiginoso tal o impulso da Suframa. Surgiram modernas avenidas,  hotéis de qualidade, shoppings avançados, a cultura se espalhando por todos os lados. Agora, de 12 a 16 recém  passados, para nosso deleite, voltamos mais uma vez à capital dos manauaras a fim de  participar do Metting Internacional de Turismo e Esporte Copa 2014, coordenado pela Associação dos Cronistas e Locutores Esportivos do Estado do Amazonas (ACLEA), em parceria com a Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet) e o Sindicato dos Jornalistas do Amazonas. É surpreendente como a cidade a cada dia se mostra mais moderna, pulsante, com seus dois milhões de habitantes, que vivem em relativa segurança, muito diferente da minha querida Fortaleza.  É novidade por cima de novidade. As opções turísticas são variadas e para todos os gostos, sejam de cultura, de lazer próprios de uma  natureza exuberante,  dos divertimentos ou dos encontros gastronômicos em que são imperdíveis os pratos preparados com o pirarucu ou o tambaqui. Para os mais refinados, sem dúvida o Hotel Tropical, com os seus confortáveis e sempre lotados  609 apartamentos, é o local para refazer as energias despendidas. Isto não implica em dizer que outros hotéis da terra não sejam também de ótima qualidade. Citamos o Tropical pelo fato de ser o preferido dos turistas estrangeiros, com participação maior dos orientais. Enfim, pelo que sentimos, Manaus sem dúvida está na linha de frente do progresso e é  um dos melhores destinos turísticos do Brasil. Que a Suframa não se acabe tão cedo, pois é ela uma das principais razões da grandeza da Região Amazônica. 

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