NUMA CONTROVÉRSIA SEM FIM
O ACQUÁRIO CEARÁ VAI SE TORNANDO REALIDADE
Assinatura do acordo |
Um acordo de cooperação técnica entre a Universidade Federal do Ceará (UFC) e o Governo do Estado, por meio da Secretaria do Turismo (Setur), foi firmado na quinta-feira (22), oficializando a parceria que irá orientar as ações do Acquário Ceará.
No evento estiveram presentes o secretário estadual do Turismo, Bismarck Maia; o reitor da UFC, Jesualdo Farias; o diretor do Instituto de Ciências do Mar (Labomar), Luiz Parente Maia; o secretário adjunto da Pesca e Aquicultura do Estado, Manuel Furtado Neto; o superintendente do Ministério da Pesca e Aquicultura no Estado do Ceará, Melquíades Carneiro, além da Rede de Aquicultura das Américas (FAO/ONU), comunidade acadêmica e trade turístico cearense. A solenidade ocorreu no auditório do Centro de Estudos da Aquicultura Costeira (Ceac).
O Instituto de Ciências do Mar (Labomar) é vinculado à UFC e desde 1960 realiza pesquisas sobre a vida marinha. Em 2011, representantes do órgão visitaram cerca de 10 dos maiores aquários para entender seu funcionamento. Segundo o Termo de Cooperação Técnica firmado na ocasião, o órgão será responsável pelo apoio ao Estado na parte científica, manutenção, tratamento dos animais e definição das espécies a serem expostas e estudadas no Acquário Ceará.
De acordo com o diretor do Labomar, Luís Parente, o Acquário Ceará deve ampliar a capacidade de trabalho da instituição em pelo menos 20 vezes, além de permitir um maior manejo das espécies nativas. “O Labomar vai ser o responsável pela escolha dos animais expostos, que serão cerca de 500 espécies, das quais 20% deverão ser nativas”, afirma o diretor. O órgão também responderá pela construção do habitat, povoamento dos tanques e pela indução de pesquisas científicas.
Segundo o secretário do Turismo, Bismarck Maia, a parceria também irá possibilitar o surgimento de uma expertise local, tanto em estudos da vida marinha quanto de mão-de-obra especializada, fortalecendo o setor de pesca e maricultura no Ceará.
Todos esses fatores serão somados ao incremento na cadeia turística proporcionado pelo Acquário. A atração deve dobrar o fluxo turístico cearense, atraindo correntes turísticas - a formada por quem procura grandes ícones arquitetônicos e a dos admiradores da vida marinha. “Recebemos cerca de 3 milhões de turistas por ano. Se 30% desse número, ou seja, cerca de 1 milhão de visitantes ficarem um dia a mais no Ceará para visitarem o Acquário, sendo que o gasto per capita médio é de R$ 230 por pessoa, teremos, então, um incremento de R$ 230 milhões por ano injetados na cadeia produtiva do turismo”, ressalta o secretário.
Com o termo de cooperação, a Setur reafirma a vocação múltipla do Acquário, que tanto vai ser o maior ícone edificado do Ceará e sua principal atração turística, quanto vai tornar o Estado um dos principais centros de estudos de biologia marinha, através do crescimento das atividades do Labomar.
CONTESTAÇÕES – Diferentemente do que pensam o Governador do Estado, o Secretário de Turismo e grande parte dos que acreditam ser a obra instrumento inquestionável de projeção do nosso Estado, ainda agora, quando já se anuncia o início das obras, com a chegada das estacas de sustentação da construção, o Acquário Ceará continua ser questionado. A construção, no antigo local onde funcionou o Ifocs (Dnocs), na Praia de Iracema , ia ser iniciada, já que havia a Licença Prévia e a Licença de Instalação dada pela Secretaria do Meio Ambiente/CE. Mas o Iphan entrou na pendenga, afirmando não haver se pronunciado sobre o estudo arqueológico. Diante do fato, o Ministério Público Federal entrou na “briga”. Fez três recomendações: que a (Semace) suspendesse os efeitos das Licenças Prévia e de Instalação, até o resultado dos estudos a serem realizados pelo Iphan; que o Estado não inicie a construção; que o Iphan embargue a obra, caso os trabalhos comecem sem o resultado favorável dos estudos arqueológicos.
Segundo se sabe, há boa vontade da parte do IPHAN para que a questão tenha breve solução. Para tanto, dará prioridade aos estudos arqueológicos do local da construção e em seguida da liberação, se for o caso, da parte que lhe toca.
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