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sexta-feira, 21 de outubro de 2016

CALEIDOSCÓPIO - PROIBIÇÃO DAS VAQUEJADAS

Há poucos dias, o Supremo Tribunal Federal julgou processo a respeito da vaquejada. As argumentações dos impetrantes da demanda tinham como base principal os maltratos que eram impostos aos bois durante os eventos, por isso a prática esportiva deveria ser abolida. Na reunião do julgamento, verificou-se que o pleito dos defensores dos animais não foi convincente suficientemente, tanto é que houve empate, com decisão pelo voto da presidente Carmem Lúcia.  Assim, o STF julgou procedente a ação e proibiu que a prática não mais acontecesse. “Preservava-se” que os bois não fosem maltratados com a prática. A canetada atingiu em cheio uma tradição há muito arraigada no Nordeste do país, lembrança que era dos mais fortes costumes dos vaqueiros que, em cima de cavalos adestrados, rompendo matas fechadas nas caatingas, iam atrás do boi desgarrado. Não são poucos os municípios desta região que sofrerão em cheio com as consequências da decisão do STF.  Castigado pelos fenômenos climáticos, discriminado por governantes e pessoas de estados ricos que se julgam beneficiadas por viverem em regiões de clima favorável, de formação histórica talvez mais adequada e de riqueza, o Nordeste sofre mais este golpe e continua comendo sempre o pão que o diabo amassou, até  na singeleza de uma tradição. Acabe-se a vaquejada, extinga-se a tradição e o boi será preservado. Será? A grande festa do Peão de Boiadeiros, em Barretos, São Paulo, também será proibida, com tanta pompa e renda que leva para a cidade? Agora me vem à lembrança que, na Espanha, em Pamplona, nas festas em honra a São Firmino, de 7 a 14 de julho, continua livre o costume de bois correndo pelas ruas atropelando uma multidão desvairada mas alegre. E não raro há morte, tanto de pessoas como dos animais. Mas, pelo menos até agora, não foi proibido o espetáculo. Proíbe-se a vaquejada, comparando-as a brigas de galo, de cães e de pássaros, realmente cruéis. Por que até agora os intransigentes defensores dos direitos, humanos ou de animais como queiram, não se voltaram contra a luta de boxe e de muitos outros eventos marciais, como o MMA, por exemplo? Aí sim há brutalidade, não contra animais e sim envolvendo gente, lutadores, homens ou mulheres, jovens ou adultos. Será que fala mais alto a força dos milhões que corre nestas lutas? E, diga-se, não são estas refregas tradições de um povo, de determinados lugares. É o caso. Nosso Brasil precisa de proibições mil e se vai extinguir justamente uma atividade que é tradição, diverte o povo e representa muito para a economia de muitas cidades. Reagir é preciso.

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