NA ROLETA DA VIDA, TALENTO NÃO É CERTEZA DE GANHO
Agradeço aos céus pelos momentos descontraídos e felizes que passei no último fim de semana. Fomos a Belo Horizonte, eu e minha filha Maria Goretti, para as comemorações de 50 anos de casados dos nossos amigos e irmãos de fé Walfrido e Leonice, gente de boa cepa, representantes da melhor qualidade da boa e tradicional família mineira. BH, como vários outras cidades das Alterosas, sempre nos proporcionou momentos de muita alegria e satisfação. Desta vez, não foi diferente. Mas agora quero ressaltar, particularmente, três momentos de puro deleite. Naturalmente, o primeiro foi o de participar da luminosa, ruidosa e fraternal reunião dedicada ao casal que completava bodas de ouro. Diferente, a noitada no Sandra Mara Buffet, no Sana Inês, no sábado, 8. Após a tradicional dança do casal ao som de valsa vienense, ao invés de um ambiente mais solene, a festa continuou, ruidosa porém, com os filhos, netos e familiares outros dos “noivos” transformando o luminoso local num sarau fervilhante, pontuado de música moderna, com luzes multicoloridas se cruzando no salão. Os outros dois instantes, sem dúvida, nos remeteram a pensar nos lances do destino, nos desígnios da estrada da vida. Como dizia música antiga, a vida é uma roleta, gira, gira...uns ganham ventura, outros amargura. É assim mesmo. Quanta gente por viés da sorte é vitoriosa. Uns, bem dotados com o sopro divinal, vivem no quase anonimato, sem a projeção que deveriam merecer, mesmo possuindo talentos naturais. É figura conhecida na famosa feira dos domingos da Avenida Afonso Pena um cidadão de meia idade, deficiente visual, que, sentado num banquinho de madeira, com sacolas ao lado, magistralmente executa belíssimas páginas dos cancioneiros nacional e estrangeiro. Leo Rodrigues é exímio no seu bandolim já surrado. E vive na Feira dos Hippies ganhando o pão da família. Não precisa de esmola, A sorte poderia lhe ter sido mais benfazeja... Ainda no domingo, convidado pelo casal amigo Suely e Claret Guerra, jornalistas respeitados especialmente nos meios turísticos nacional e internacional, almocei no Minas Ténis Clube. Lá, em meio ao “papo” amigo, quase todo referente ao nosso dia a dia como jornalistas de turismo e associados da Abrajet, completei a sensação de ouvir músicas que me agradam, especialmente quando são transmitidas com arte e coração. Ao piano, a todos que estavam no salão de refeições do monumental clube, Leda Tavares, com alegria demonstrada no semblante e esmero na execução das peças, tornava o ambiente suave e leve, para satisfação e descontração dos comensais. Pelo talento, bem que merecia maiores voos e não apenas ficar restrita ao ”seu território”. Leda como o Leo e milhares de outras pessoas, nas letras e nas artes pelo mundo afora são talentosos e mereciam melhor sorte. Infelizmente, o jogo da vida é assim.
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